segunda-feira 23 de março de 2020 | Edição do dia
No sábado (21/03), professores do Estado de São Paulo bombardearam as redes sociais de João Dória e Bruno Covas exigindo com 10 mil assinaturas de um abaixo-assinado a licença remuneradas paras as trabalhadoras terceirizadas das escolas públicas. Um trabalhador da limpeza do Campus UFJF entrou em contato conosco através da campanha para fazer também sua denúncia: devido ao coronavírus, a chefia reduziu a jornada de trabalho para dois dias na semana e irá cortar benefícios, querendo que os trabalhadores paguem pela crise.
Enquanto professores, alunos e trabalhadores administrativos foram dispensados para cuidarem de suas saúdes, os trabalhadores da limpeza continuam arriscando suas vidas indo ao trabalho duas vezes por semana. Não bastasse terem de sair de casa em meio a quarentena generalizada, ainda terão seus benefícios descontados uma clara expressão de que querem descarregar a crise sobre os trabalhadores.
Este trabalhador nos deu o seguinte relato:
"Po trabalho na limpeza de umas das faculdades aqui, até pouco tempo trabalhava de segunda a sexta-feira depois de tanta reclamação vamos trabalhar 2 dias da semana de 8hrs até 13:00 hrs , tão achando que somos diferente de outras pessoas porque fazemos limpeza em geral?". E depois continuou "Não entendo muito de lei trabalhista, maís acho uma sacanagem cortar Taís benefícios, não temos culpa de ficar em quarentena imposta pelo ministério da saúde ,lei trabalhista que nada... Esse governo favorece só patrão".
Nós do Esquerda Diário repudiamos esta postura das chefias de atacar as condições de vida dos trabalhadores, ainda mais num momento de pandemia, onde é fundamental que os trabalhadores tenham plenas condições de se alimentar e garantir todos os procedimentos de higiene para garantirem uma boa imunidade e assim se protegerem do Covid-19.
Exigimos a liberação remunerada, sem descontos e sem demissões.
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