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GREVE NA CHERY | Todo apoio à greve contra a demissão de terceirizados na Chery

Cerca de 400 metalúrgicos cruzaram os braços nessa sexta (26) contra a demissão de 40 terceirizados na planta de Jacareí da montadora chinesa Chery, uma importante demonstração de solidariedade de classe dos operários frente à terceirização.

Evandro NogueiraSão José dos Campos

sábado 27 de fevereiro de 2016 | 00:39

Cerca de 400 metalúrgicos cruzaram os braços nessa sexta (26) contra a demissão de 40 terceirizados na planta de Jacareí da montadora chinesa Chery. Publicamos a nota do sindicato aqui.

Essa greve é uma importante demonstração de solidariedade de classe dos operários da Chery frente à terceirização, que além de possibilitar ampliar muito as taxas de exploração, já que os terceirizados ganham salários abaixo do piso da categoria metalúrgica e tem menos direitos, também enfraquece estrategicamente a classe operária, pela divisão que causa, ficando inclusive os terceirizados ligados a outro sindicato.

Os trabalhadores da Chery já demonstraram seu espírito combativo antes. Essa é a terceira greve em menos de um ano e meio de funcionamento da planta em Jacareí. Desde que iniciou as atividades, a empresa chinesa tentou passar por cima de direitos há muito conquistados pelos trabalhadores. Entre 6 de abril e 7 de maio de 2015, com uma das mais longas greves metalúrgicas dos últimos 20 anos na região, os operários da Chery impuseram à patronal o reconhecimento de pelo menos 50 cláusulas do acordo coletivo da categoria, coisas básicas como estabilidade para vítimas de doença ou acidente do trabalho, o piso salarial de R$ 1850,00, extensão do convênio médico aos familiares e ainda a readmissão de 17 trabalhadores demitidos irregularmente. Já naquele momento foi exigido, e foi parte do acordo de fim de greve, o fim da terceirização irregular em setores da produção. Depois em outubro nova greve arrancou o aumento salarial na data-base.

Nós do MRT lutamos pelo fim da terceirização e há bastante tempo disputamos dentro da CSP-Conlutas para que essa central assuma o programa de incorporação imediata dos terceirizados, sem mecanismos de prévia seleção em que tenham que concorrer pelos postos de trabalho (entrevistas seletivas ou concursos), uma vez que enquanto trabalhadores terceirizados, já se provam aptos para a função que exercem. Sem defender sua imediata incorporação aos quadros regulares a CSP-Conlutas não consegue ser uma referência real para esse setor tão atacado se organizar e fortalecer sua luta. Veja o vídeo desse debate no II Congresso da CSP-Conlutas, com Diana Assunção quando mais uma vez a maioria da direção da CSP-Conlutas propôs adiar a discussão sobre qual programa para os terceirizados.

A disposição de luta dos trabalhadores da Chery não pode ser entendida por fora de um cenário nacional de disposição de luta em defesa dos postos de trabalho e dos direitos, como vemos nos trabalhadores da Mabe, que ocupam a fábrica contra o fechamento, com calote e demissão de quase 2 mil operários, ou em diversas greves importantes que ocorreram durante 2015, apesar de terem ficado sempre por dentro do controle das burocracias sindicais. Dentro desse cenário, as 517 demissões na GM, aceitas pacificamente até o momento pelo sindicato parece ainda mais um contra senso. Para que a luta dos trabalhadores da Chery seja vitoriosa e possa se tornar um exemplo real é preciso que a CSP-Conlutas coloque seu peso regional para cercar de solidariedade e fortalecer essa greve, assim como aproveitar a oportunidade para avançar no debate sobre a terceirização e qual programa levantar.




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