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FRONTEIRA BRASIL-URUGUAI | Toda solidariedade aos trabalhadores que ocupam a empresa Saman em Rio Branco

quarta-feira 5 de setembro de 2018 | Edição do dia

Na última terça feira, a empresa Saman, maior produtora de arroz e soja do Uruguai confirmou a demissão de 31 trabalhadores da cidade de Rio Branco (fronteira com Jaguarão). A empresa com mais de 30 anos, possui outras 7 plantações em todo o país. Desde que receberam a notícia das demissões, os trabalhadores se mantém ocupados nas duas plantações em Rio Branco, que segundo eles, em nenhum momento houve diálogo por parte da patronal, e só ficaram sabendo da situação ao chegarem no trabalho na última sexta-feira 31/08 e se deparem com as portas fechadas.

A justificativa da Saman, emitida através de nota, alega que nos últimos anos a produção caiu 30% do volume de arroz e que a área semeada é a menor nos últimos 25 anos. Porém os trabalhadores alegam que há cerca de 25 toneladas de arroz e 14 toneladas de soja estocadas nos silos, e que existe ainda muito trabalho pela frente com essa produção, não havendo a necessidade das demissões. Além de muito trabalho, a empresa Saman foi comprada em 2007 pela empresa brasileira Camil alimentos, que só em 2017 teve um lucro líquido mais de R$ 206,5 milhões, tendo um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. A empresa Camil também é dona de marcas como União e Coqueiro.

A política adotada pela empresa chamada de “redução de despesas financeiras” se traduz na precarização do trabalho e na demissão dos 31 trabalhadores da empresa Saman em Rio Branco. Segundo os trabalhadores que ocupam o local, a Saman ao mesmo tempo que demitiu seus funcionários, aposta na terceirização do trabalho, admitindo 6 funcionários que trabalhariam fazendo a manutenção do local. Essa lógica perversa, visa cada vez menos a responsabilidade das empresas com seus trabalhadores, salários menores e retirada de direitos conquistados através de muita luta.

Os trabalhadores que ocupam o local exigem diálogo por parte da empresa, uma explicação perante a forma como se deu a demissão e a restituição dos postos de trabalho, pois alegam que há grãos para processar durante todo ano, e não há justificativa para os 33 trabalhadores serem demitidos. A FOEMIA (Federação de obreros y empleados molineros y afines) que possui delegados da categoria, afirma que junto aos trabalhadores não irão desocupar o local até que a empresa dialogue com todos. 


Através do exemplo de luta e resistência pelos 31 trabalhadores, haverá uma reunião nesta quarta-feira em Montevideo, para que se negocie perante as demissões. O intuito é que sejam restituídos os postos de trabalho de todos que foram demitidos, pois é a única forma de sustento de muitas famílias dos 31 trabalhadores da Saman. O ministro do trabalho, Ernesto Murro, alega que por se tratar de uma empresa privada, não deve haver nenhuma interferência perante o caso, e faz sua campanha política à favor das grandes empresas
Diante dessa perversa situação, prestamos toda a solidariedade aos 31 trabalhadores que estão ocupando as duas plantações da Saman em Rio Branco.

Pautamos a responsabilidade também aos empresários brasileiros da empresa Camil, que se orgulham em ter adquirido a Saman, líder de produção de arroz no Uruguai, e que exporta 91% da produção. Além das plantações no Uruguai, a empresa comprou também possui plantas no Peru, Argentina e comprou também a maior empresa nesse setor no Chile, com 4 plantações no país. Saman/Camil não se posicionou e é culpada de manter política de exploração de trabalhadores uruguaios e brasileiros e das 31 demissões sem nenhum tipo de diálogo.

PELA MANUTENÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO DOS 33!!!

Vejam algumas fotos abaixo da planta ocupada pelos trabalhadores:




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