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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Tirem as mãos da nossa aposentadoria, que os patrões paguem os 450 bilhões que devem à Previdência

O futuro governo Bolsonaro veio se articulando nas últimas semanas com Temer e os corruptos do seu governo para adiantar ao menos pedaços do maior desastre para a aposentadoria dos trabalhadores com a Reforma da Previdência. Mas não são os trabalhadores que devem pagar essa conta, mas os reais responsáveis pelo “rombo” da previdência, e que querem garantir seus lucros em meio à crise com essa reforma: os grandes empresários e banqueiros imperialistas.

domingo 11 de novembro de 2018 | Edição do dia

Segundo relatório da CPI da previdência de 2017, as empresas privadas devem R$ 450 bilhões à previdência e, para piorar a situação, conforme a Procuradoria da Fazenda Nacional, somente R$ 175 bilhões correspondem a débitos recuperáveis.

Ainda segundo o relatório, a previdência social não é deficitária, mas foi alvo de desvios de seus recursos por parte do governo para projetos que atendiam os interesses capitalistas, enquanto protegia empresas devedoras. Gerado esse rombo, essas empresas seguiram sendo beneficiadas por descontos e benefícios fiscais, enquanto eram aprovadas formas de reduzir gastos públicos cortando direitos trabalhistas.

É a mais escancarada expressão do papel que cumpre o Estado, em especial nos momentos de crise, que é fazer vista grossa para empresários e atacar direitos dos trabalhadores para que seus lucros se mantenham sólidos. Seus privilégios patronais crescem, enquanto a grande maioria da população se vê obrigada a pagar com sua aposentadoria uma conta multibilionária e que não é sua, sequer de seu interesse.

Junto a Bolsonaro, os maiores juízes do país, como o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, ao mesmo tempo que fazem todo tipo de articulação para que aprovassem um aumento escandaloso nos seus salários, passando de R$33,7 mil para R$39,3 mil, são os principais porta-vozes da Reforma da Previdência.

Em coletiva ao lado de Bolsonaro, Toffoli disse que a "questão previdenciária" é uns dos principais desafios do próximo governo, e propôs um "pacto republicano" com o STF à frente pelo ataque à nossa aposentadoria. Não podemos esquecer que Sergio Moro será o braço direito de Bolsonaro no seu governo que tem a Reforma da Previdência como principal projeto, terá papel importante para garantir que ela passe, apesar de ter evitado declarações abertamente favoráveis a esse ataque, ciente que sua popularidade seria ameaçada.

Por isso que nós do Esquerda Diário e do MRT repudiamos prontamente qualquer proposta de Reforma da Previdência. NÃO TOQUEM NA NOSSA APOSENTADORIA!

Estamos a serviço da construção de frações militantes nos locais de trabalho e estudo que batalhem pela auto-organização dos trabalhadores, da juventude, junto aos negros, LGBTs e mulheres, através de comitês contra a Reforma da Previdência e para que os patrões paguem cada centavo que nos devem.

Assim, os trabalhadores deveriam e poderiam ter direito a uma aposentadoria integral, com um valor mínimo estipulado pelo DIEESE (que calcula o salário mínimo entorno de R$ 3.658,39). Não deveria ter que trabalhar até 65 anos, como a proposta Bolsonaro-Temer quer impor, trabalhar pelo menos 40 anos para receber um salário mínimo de hoje.

A partilha das horas de trabalho entre empregados e desempregados, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário para 6h e salário mínimo do DIEESE, como medida de responder o desemprego e as doenças laborais, seria um primeiro passo para que seja plenamente realizável uma aposentadoria integral universal, sem necessidade de contribuição financeira.

Você não deveria ter que tirar 10%, ou quase um quarto do seu salário para criar uma poupança privada, que os bancos usarão para especular financeiramente, lucrar bilhões com os juros da venda de seguros, enquanto saqueiam R$ 1 trilhão dos cofres públicos através da nossa dívida pública. Nenhuma contribuição financeira deveria ser imposta, ainda menos sabendo que os próprios patrões muitas vezes não repassam essas contribuições, embolsam diretamente, sem qualquer fiscalização sobre essas práticas.

A principal medida que pode inverter a lógica capitalista e fazer com que sejam os patrões, empresários e banqueiros imperialistas a pagarem pela crise, é o não pagamento da dívida pública, pois cada centavo poupado com a aposentadoria do trabalhador, ou mesmo a privatização da Petrobras, Correios, e outras empresas públicas que propõe Bolsonaro, irá diretamente para o pagamento dessa dívida fraudulenta. Ela que já foi paga inúmeras vezes, tem servido para nada mais que engordar os bolsos desses especuladores internacionais, magnatas sanguessugas das riquezas geradas pelo trabalho da maioria da população.

É com esses objetivos que batalhamos que os sindicatos e entidades estudantis convoquem milhares de comitês pelo país nos locais de trabalho e estudo, exigindo portanto que as principais direções dessas entidades, a CUT, a CTB e UNE, cumpram com sua responsabilidade de organizar um plano de lutas com assembleias e atividades que construam esses comitês.




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