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CRISE NA CASA BRANCA | Terremoto em Washington: Trump demite o direitista Bannon

O principal estrategista de Donald Trump, que ajudou o magnata a ganhar as eleições presidenciais, deixou seu posto na Casa Branca por fortes choques com membros do círculo mais próximo do presidente.

sexta-feira 18 de agosto de 2017 | Edição do dia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu nesta sexta-feira, o direitista Stephen Bannon do cargo de estrategista-chefe.

“O chefe de Gabinete da Casa Branca, John Kelly, e Steve Bannon acordaram mutuamente que hoje seria o último dia de Steve”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, em um comunicado. Também disse que “estamos muito agradecidos pelos seus serviços e lhe desejamos o melhor”.

Nesta sexta-feira, 18, o presidente Donald Trump anunciou a dois de seus principais colaboradores, que havia decidido remover Bannon de seu cargo. Entretanto, fontes próximas ao ex-estrategista do Executivo, transmitiram à imprensa que Bannon havia apresentado sua renúncia no dia 7 de agosto, ainda que o anúncio oficial tivesse sido postergado pela violência racista registrada em Charlottesville, estado de Virgínia.

Essa prática já parece ser corriqueira na presidência de Donald Trump, que removeu diversos de seus colaboradores mais próximos desde iniciada a sua administração, podendo, desta vez, ocasionar uma crise maior em particular com a sua base social e com os meios ultraconservadores que apoiaram a sua campanha.

Ainda que fontes próximas a Bannon assegurem que a renúncia se deu antes dos acontecimentos no estado de Virgínia, é importante ressaltar que muitos dos críticos da administração – tanto democratas, como republicanos –, insistiram nos últimos dias que o presidente despedisse aos chamados nacionalistas da nova direita (alt right) que trabalham na ala oeste da Casa Branca.

Nesta quinta-feira, 17, o presidente fez declarações à imprensa desde a Trump Tower, onde se negou a garantir a permanência de Bannon em seu posto, ainda que o tenha defendido como um amigo “não racista”. “Veremos o que passa com o senhor Bannon”, disse Trump.

Essa semana, Bannon zombou em uma entrevista da política do presidente sobre a Coréia do Norte e lançou duras palavras a membros próximos da administração, advertindo que “estão com as calças molhadas” pelas consequências de um câmbio radical na política comercial dos Estados Unidos. Também afirmou que os EUA estão com uma guerra econômica com a China e que essa deve ser a prioridade do país, e não a Coréia do Norte.

Ao que parece, diversos funcionários da Casa Branca consideraram as declarações de Bannon como uma provocação a Trump, impossíveis de passarem desapercebidas.

Segundo o New York Times, a saída de Bannon não é surpresa nenhuma em Washington já há vários meses. O mesmo jornal afirma que o chefe de Gabinete, John Kelly – conhecido entre o establishment pela sua capacidade de reorganizar equipes em situações caóticas –, estava entediado pela guerra de baixa intensidade entre Bannon e o Conselheiro de segurança, HR McMaster, movida por diferenças substanciais nos temas-chave de segurança interna e política exterior.

De todas as renúncias no círculo próximo a Donald Trump, esta é, sem dúvida, uma das mais controversas, dada a função de Bannon na campanha eleitoral e porque, de algum modo, ele representou a agenda da base social que levou o magnata à presidência. Se configura então como um sintoma a mais da profunda crise que acontece na Casa Branca.

Além disso, a saída de Bannon se dá em meio a uma onda de repúdio, tanto interna como externa, ao presidente Trump por suas declarações sobre os supremacistas e neonazistas após os ataques em Charlottesville no sábado passado.




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