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TERCEIRIZAÇÃO | Terceirizadas do IPEN há 42 dias sem receber paralisam

Novamente a Higilimp está no centro da cena por descumprir o direito elementar de todos que trabalham, o direito ao salário. Dessa vez, são as trabalhadoras do IPEN, dentro da USP, que paralisam para exigir que os salários sejam pagos. O dia nem havia amanhecido e o Sintusp estava lá para apoiar.

terça-feira 16 de fevereiro de 2016 | 00:00

Hoje pela manhã, mais de 50 trabalhadoras e trabalhadores da Higilimp não entraram para limpar o IPEN porque estão sem receber há 42 dias. O Sintusp foi levar apoio desde cedo. Também estiveram o SIEMACO e o SINDSEF-SP. À tarde, houve uma negociação onde as trabalhadoras saíram com a garantia de serem recontratas pela empresa que vai assumir. Amanhã às 10h, todos devem voltar à frente do IPEN para deixar seus dados. Nesse momento também deve ocorrer nova negociação para discutir o pagamento do salário atrasado. O IPEN, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, já informou que ainda não repassou o dinheiro para a empresa devido às irregularidades no pagamento em outros lugares. Da mesma maneira que a reitoria da USP fez, o IPEN alega uma série de empecilhos para transferir o pagamento diretamente aos trabalhadores. Mas, semana passada, as terceirizadas da USP mostraram o caminho. Paralisaram o trabalho e fecharam a reitoria. Como passe de mágica a dificuldade sumiu e a reitoria aceitou pagar os salários na terça, 16/02. Se o IPEN se negar a pagar, as trabalhadoras do IPEN devem fazer o mesmo.

A Higilimp tentou preparar um golpe contra os trabalhadores, durante o carnaval, retirando seu maquinário de várias unidades da USP e, desta forma, poder sumir sem pagar os salários. Depois disso, em geral os mesmos donos ou seus familiares abrem novas empresas com nomes diferentes. Essa é uma prática recorrente garantida pela falta de direitos e de organização imposta aos trabalhadores precários. Os donos dessas empresas atrasam o salário – às vezes mais de 3 meses como no Metrô de SP – e podem seguir impunemente para abrir nova empresa e repetir essa tragédia quantas vezes lhe convir. Trabalhar sem receber tem nome: é ESCRAVIDÃO. Ou seja, como já denunciamos aqui, a terceirização escraviza os trabalhadores, que em sua maioria são mulheres negras, e a única forma de impedir que ocorra novamente é acabar com a precarização do trabalho efetivando todas as trabalhadoras e trabalhadores, sem concurso público, no caso das empresas públicas, e sem processo seletivo, no caso das empresas privadas.




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