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AÉCIO IMPUNE | Teori exclui Aécio da Lava-Jato e encaminha processo para Gilmar Mendes.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki avaliou nessa sexta-feira, 13, que o segundo pedido de abertura de inquérito conta o senador Aécio Neves não tem a ver com as investigações da operação Lava-Jato e, por isso, deveria ser redistribuído a outro relator, que sugeriu que fosse o ministro Gilmar Mendes, o mesmo que acatou o pedido da defesa do tucano e interrompeu a investigação sobre um esquema de corrupção em Furnas do qual Aécio seria o beneficiado.

sexta-feira 13 de maio de 2016 | Edição do dia

Zavascki avaliou que esse segundo inquérito não tem a ver com a Lava-Jato, ainda que as acusações tenham surgido nos depoimentos que o ex-senador Delcídio do Amaral concedeu à Lava-Jato como delação premiada. Nesses depoimentos, acusa Aécio de maquiar dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro, contando com o auxílio do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e do deputado paulista Carlos Sampaio (PSDB).

Agora Teori quer mandar o caso de Aécio para Gilmar Mendes alegando que essa investigação tem correlação com a investigação conduzida por ele e que foi interrompida apenas um dia após ter seu início autorizado pelo ministro. Nessa investigação apura-se um esquema de corrupção idêntico aos investigados na Lava-Jato, com empresas privadas pagando propinas para obter contratos superfaturados com empresas estatais e essas propinas sendo repassadas para os políticos responsáveis pelas indicações na estatal, no caso, a Furnas Centrais Elétricas.

Mesmo com toda essa similaridade, a investigação sobre Furnas foi tratada de forma bastante distinta das investigações da Lava-Jato, sendo interrompida ontem por Gilmar Mendes, apenas um dia após o próprio ter autorizado sua realização, acatando a argumentação da defesa de Aécio, que afirmou não haver fatos novos na delação de Delcídio que justifiquem a abertura do inquérito. Mendes inclusive solicitou que o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, reavalie se há realmente necessidade da abertura de inquérito contra o senador.

Todas essas manobras mal conseguem disfarçar que, uma vez que o impeachment foi consumado, não existe qualquer interesse por parte do judiciário em continuar com as investigações sobre a colossal corrupção que se alastra por todo o sistema político brasileiro. Isso fica claro ao ver a rapidez com que trabalha o STF em retirar as acusações sobre um dos principais líderes da oposição e do golpe institucional.

Com seus inquéritos nas mãos do reacionário Gilmar Mendes, amigo dos tucanos e dos ruralistas, Aécio tem a certeza que não será mais incomodado por esses “detalhes” jurídicos e vai poder centrar fogo na construção de sua imagem para a próxima eleição, seja ela quando for. Uma vez que a “luta contra a corrupção” já serviu a seu propósito de dar cobertura ao impeachment, é necessário que ela seja enterrada o mais rápido possível para não criar rusgas entre os diversos partidos e políticos que são acusados e garantir um ambiente mais propício para a aprovação dos pesados ataques que o governo Temer vem prometendo desde seu primeiro dia.




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