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RIO DE JANEIRO | Temer volta atrás e nomeia Nísia Trindade para a presidência da Fiocruz

A instituição federal de saúde e tecnologia, que passou por processo de mudança na presidência em 2016, teve inicialmente a segunda colocada nas eleições nomeada para ocupar o cargo.

terça-feira 3 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Depois de dois dias de negociações com ministros e assessores próximos, o presidente golpista Michel Temer reverteu sua decisão em nomear a segunda colocada das eleições para a presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a médica Tânia Cremonini, e colocar a vencedora das eleições, Nísia Trindade, socióloga e pesquisadora em saúde.

No fim de 2016 houve eleições para a presidência da instituição de tecnologia e saúde, como ocorre há mais de 20 anos, porém é o Palácio do Planalto que decide quem será a presidente da fundação, e nesse caso Temer não respeitou a vontade da comunidade da Fiocruz, que votou expressivamente em Nísia, que atingiu 59,7% dos votos contra 39,6% de sua oponente, Tânia Cremonini.

Desde que se abriu o processo eleitoral de caráter consultivo na instituição, o resultado do pleito sempre foi respeitado pelos presidentes anteriores. Temer inovou desrespeitando a vontade da comunidade para colocar na Fiocruz uma presidência de sua confiança e que atenda aos seus interesses. Vimos exemplos parecidos como esse meses atrás com a tentativa de “condução coercitiva” contra o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, num claro sinal de insatisfação dos golpistas com Leher na reitoria da maior universidade federal do país, principalmente pelas posições políticas da reitoria da UFRJ em relação ao golpe, se colocando contra o impeachment e os ataques de Temer.

No entanto, mesmo revertendo sua decisão anterior, Temer deixou claro de que a segunda colocada terá que participar da gestão e que Nísia Trindade deve assumir esse compromisso. Já o ministro da saúde, Ricardo Barros, garantiu qie houve uma “conciliação de interesses em torno dos objetivos da Fiocruz”, após uma reunião com as duas pesquisadoras e candidatas ao cargo da fundação.

Os ministros e a base do governo de Temer agiram dessa maneira pela reação negativa que a medida do presidente golpista causou nos servidores e na comunidade da Fiocruz. A jornalista Maria Elise criou uma petição online pedindo a Temer para respeitar o resultado das eleições. Em poucos dias o documento alcançou mais de 9,3 mil assinaturas.




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