Temer já planeja a punição daqueles que não aceitarem de braços cruzados o aumento do lucro à custo de vidas inteiras no trabalho precário, por isso, além de espionar as redes sociais, já ameaça o setor público com o corte de ponto. O Ministério do Planejamento está preparando uma determinação para que todos os ministérios cortem o ponto de quem não comparecer ao local de trabalho nesta sexta-feira.
Mateus CastorCientista Social (USP), professor e estudante de História
quarta-feira 26 de abril de 2017 | Edição do dia
Em meio às centenas de adesões de várias categorias da classe trabalhadora à greve geral do dia 28 de abril, os representantes dos grandes capitalistas - envolvidos até a alma em esquemas de corrupção e com salários de dezenas de milhares - pensam em como frear essa ampla mobilização que se desenha e punir os lutadores que ousam se colocar contra os ataques do governo.
Para isso, os políticos da burguesia já monitoram - ou melhor - espionam a construção das mobilizações, que a depender do seu tamanho e impacto na conjuntura brasileira, podem, de acordo com eles, atrasar o andamento da reforma trabalhista e da Previdência. É uma preocupação pertinente já que, enquanto fantoches das grandes empresas, bancos, construtoras e latifundiários que os financiam, é mais do que urgente a aplicação das reformas para jogar nas costas da classe trabalhadora a crise criada pelos próprios capitalistas.
Temer já planeja a punição daqueles que não aceitarem de braços cruzados o aumento do lucro à custo de vidas inteiras no trabalho precário, por isso, além de espionar, já ameaça o setor público com o corte de ponto. O Ministério do Planejamento está preparando uma determinação para que todos os ministérios cortem o ponto de quem não comparecer ao local de trabalho nesta sexta-feira.
Para justificar tal medida, alegam que nos anos anteriores as regras não eram respeitadas e que os grevistas “prejudicavam barbaramente” a população, nada mais cínico, já que a greve é um direito dos trabalhadores para lutarem por seus direitos que - agora sim - são constantemente prejudicados por uma casta política que fala sobre regras mas está completamente envolvida em casos de corrupção e crimes como estupro e assassinato, ganhando dezenas de milhares e se beneficiando de seus privilégios e seus agrados (caixa dois), seja na Câmara, no Senado ou no governo.
A barbárie não é paralisar o Brasil, barbaridade são as reformas que Temer tenta impor, essas sim prejudicarão a vida de centenas de milhões de pessoas que trabalharão até morrer em condições péssimas. O governo teme que com a classe trabalhadora colocando-se enquanto sujeito, seu governo fique ainda mais debilitado, por isso comanda grande parte do aparato estatal para o objetivo de espionar e reprimir os lutadores, usando todos os órgãos que estiverem à disposição, como o Gabinete de Segurança Institucional, da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, da Agência Brasileira de Inteligência, para tentar planejar um plano de contenção da greve geral nesta sexta-feira.
Essas iniciativas dos políticos da burguesia só mostra o quanto a paralisação nacional que se avizinha pode ser um marco histórico na luta de classes do Brasil, a casta política está com medo do que pode acontecer e por isso também move suas peças no tabuleiro. Não nos deixemos intimidar! É necessário preparar uma greve geral até Temer cair junto de suas reformas, e através da intensa luta dos trabalhadores, oprimidos e juventude impor uma alternativa independente que não coloque mais ilusões nesse regime podre, por uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana!
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