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INTERVENÇÃO FEDERAL | Temer deseja expandir intervenções autoritárias para além do "laboratório" no RJ

O presidente golpista Michel Temer declarou nesta terça-feira (27) que não descarta a possibilidade de decretação de novas intervenções federais em outros estados do país.

terça-feira 27 de fevereiro de 2018 | Edição do dia

Após o interventor Braga Netto revelar que "Rio é só um laboratório" para testar medidas autoritárias, Temer declara que existe a possibilidade de decretar intervenção federal em outros estados do país.

Na cerimônia de posse do novo ministro da Segurança Pública, o golpista Temer disse que irá se reunir nesta quinta-feira (1º) com governadores do país para discutir medidas de redução da violência. "Eu chamei os senhores governadores para fazermos uma reunião, e, pontualmente, vamos verificando caso a caso ", disse.

Segundo ele, possíveis novas intervenções serão de responsabilidade da nova pasta, assumida nesta terça-feira (27) pelo ministro Raul Jungmann.

Em seu discurso durante a cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que o governo federal não atuará apenas no Rio de Janeiro, já que, em todo país, é solicitada a ajuda federal. Para Temer, a intervenção federal é "democrática" e "civil":

"A intervenção é parcial e democrática, porque é amparada pela Constituição Federal. E é uma intervenção civil, que enaltece o diálogo e despreza o autoritarismo", disse.

Sabemos que a intervenção federal no Rio é uma ameaça aos direitos democráticos da população.

Temer afirmou ainda que não será possível "erradicar toda a insegurança do país de um dia para o outro" e pediu o engajamento da sociedade civil no controle da criminalidade, se esquecendo que é a própria população que está sofrendo nas mãos da violência daqueles que dizem estar ali para acabar com ela, mas destroem famílias dia após dia, como aconteceu com a Gleciana Vitoria Albuquerque Viegas, de 7 anos, baleada após a entrada da policia em sua comunidade em Duque de Caxias, região metropolitana do Rio.

Em seu discurso, Temer elogiou as Forças Armadas e disse que, além de combater a criminalidade, é preciso dar soluções aos problemas sociais nas comunidades do Rio de Janeiro.

As soluções propostas por Temer, já sabemos, são mandados de busca e apreensão coletivos, cerco e "fichamento" dos moradores das comunidades e a expulsão de jornalistas que visam noticiar o modo de agir dos militares nas comunidades e favelas do Rio.

Após onze dias que o Rio de Janeiro está sob Intervenção Federal e a violência só aumentou desde então. Os dados são do aplicativo "Fogo Cruzado"e divulgados pelo Uol, nos últimos dez dias ao menos 47 mortes violentas ocorreram e 250 tiroteios ou disparos com armas de fogo foram registrados na região metropolitana do RJ. Nos dez dias anteriores a entradas das tropas, 206 tiroteios ou disparos e 36 mortes haviam sido registradas.

Todos os abusos dessa oportunista e midiática intervenção decretada por Temer estão endereçadas contra a classe trabalhadora. É preciso acabar com a guerra aos pobres, em especial aos negros, garantindo a legalização das drogas. Precisamos, por meio de nossa luta, impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana na qual possamos mudar as regras e acabar com esse regime político corrupto, varrendo o autoritarismo com que querem usar para nos calar.




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