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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Temer altera ataque à Previdência: trabalhe até morrer e receba mesmo que hoje

Temer manobrou mais uma vez no seu ataque às aposentadorias. A manobra, no entanto, mantém a essência do ataque: que trabalhemos até morrer. Os governistas apresentaram um novo texto que propõe uma diminuição menor do valor das aposentadorias se comparado ao texto anterior. Trata-se de um reconhecimento da dificuldade em aprovar sua reforma e ao mesmo tempo de uma tentativa de enganar os trabalhadores.

Danilo ParisEditor de política nacional e professor de Sociologia

quarta-feira 29 de março de 2017 | Edição do dia

Depois da entrada em cena dos trabalhadores na paralisação nacional do dia 15, uma entrada em cena ainda inicial dados os limites que as centrais sindicais colocaram a esse dia, o governo Temer foi obrigado a reconhecer o que já se sentia em todos locais de trabalho. Sua proposta de reforma da previdência é odiada. Tentando manter esse profundo ataque, Temer manobra e tenta enganar um dia atrás do outro. Primeiro anunciou que pouparia o funcionalismo municipal e estadual, e depois determinou que os estados e municípios serão obrigados a votar leis similares (ou piores) em até 6 meses. Agora a nova manobra é de oferecer o valor miserável da aposentadoria de hoje só que com as regras de Temer: com 65 anos.

Hoje a aposentadoria é calculada a partir de um percentual dos maiores salários que o trabalhador contribuiu ao INSS, podendo chegar dependendo do tempo de contribuição ao valor integral. Inicialmente a proposta do governo era, além de mais tempo de contribuição para poder se aposentar e também para obter o valor integral, que o cálculo não fosse mais feito em cima dos últimos salários, mas sim da média salarial do trabalhador ao longo da sua vida, e que a porcentagem de cálculo não seria mais de 80% sobre as maiores contribuições mas de 51% sobre a média, o que na prática significava radical diminuição do valor da aposentadoria, da miserável de hoje a muito miserável.

Essa proposta é em parte um recuo, que mostra que as paralisações e mobilizações do 15 de março contra a reforma da previdência fizeram o governo balançar e agora procura dar uma cara mais suave a seu ataque aos trabalhadores, ou seja é também uma manobra que precisamos derrotar. É necessário derrotar completamente a reforma da previdência. É por isso que é urgente uma paralisação nacional imediata, onde se paralise tudo, e não daqui a um mês como decidiram as centrais sindicais. Daqui a um mês esse e outros ataques como a terceirização irrestrita já estarão aprovados ou sancionados, a vontade de luta da classe trabalhadora terá sido desperdiçada. As lutas dos professores em greve terá ficado isolada. Precisamos construir comitês contra as reformas que organizem milhares de trabalhadores dos locais de trabalho, elejam delegados para coordenar a luta e conseguir forçar as centrais à ação urgente.




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