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MACHISMO | TV Cultura exclui única pré-candidata mulher ao governo de SP do programa ‘Roda Viva’

A pré-candidata Lisete Arelaro (PSOL), única candidatura feminina ao governo de São Paulo enviou notificação extrajudicial à emissora após sua participação do programa ser excluída.

sexta-feira 13 de julho de 2018 | Edição do dia

Logo após protagonizar o episódio de machismo durante a entrevista com a pré-candidata à presidência, Manuela D’Ávila, no “Roda Viva”, a Tv Cultura agora excluiu a participação da única pré-candidata mulher ao governo do estado de São Paulo.

Agora Lisete Arelaro não aparece na lista de convidados na série de entrevistas com pré-candidatos ao governo. A TV Cultura se justifica alegando que foram convidados apenas os melhores colocados nas pesquisas de opinião. Tal justificativa é no entanto refutada com analise das próprias pesquisas que servem como crivo de participação: Lisete, na última pesquisa Ibope aparece tecnicamente empatada, em terceiro lugar, com Luiz Marinho (PT) e Marcio França (PSB).

Em seu perfil no Facebook a pré-candidata escreveu:

“A mesma TV Cultura que recentemente protagonizou o deplorável espetáculo de machismo e preconceito contra a pré-candidata à presidência da República, Manuela D´Ávila (PCdoB), agora não convida a única mulher pré-candidata ao governo de São Paulo. Repudiamos a decisão da direção da TV Cultura, tal postura já havia sido apresentada pelo SBT/Folha de S. Paulo/UOL que deixaram a nossa pré-candidata de fora da série de sabatinas realizadas em conjunto por esses três veículos durante os meses de maio e junho. No caso específico da TV Cultura, ainda existe o agravante de se tratar de uma empresa pública, que deveria se pautar fundamentalmente pelo respeito à igualdade de gênero, pela pluralidade e pela democracia”

Importante destacar como exemplo uma pesquisa recente do IBGE que destaca que de um total de 192 países, o Brasil ocupa a 152ª posição no ranking de representatividade feminina na Câmara dos Deputados, ficando atrás de países como Senegal, Etiópia e Equador.

Em Ruanda desde 2008 quando as mulheres passaram a ser maioria no Congresso, foram aprovadas leis sobre violência doméstica e estupro, temas que dificilmente são aprovados ou sequer colocados em pauta quando o parlamento tem maioria masculina.

Os dados deixam claro como está distante o número de mulheres parlamentares para que seja proporcional ao número de mulheres na população. E mesmo após o governo Dilma, que prometia avanços nas questões inerentes a descriminalização do aborto por exemplo, o que se viu foram ainda mais retrocessos para as mulheres e para toda a classe trabalhadora. Ou seja , há ainda a necessidade de aprofundar tal análise para o fato que a luta das mulheres deve ter seu eixo na luta de classes para que se avance em políticas públicas que garantam avanços para toda a classe trabalhadora, incluindo as mulheres trabalhadoras que sempre são as que sentem mais profundamente em sua pele os ataques capitalistas.

Torna-se portanto , cada vez mais necessário que cada mulher se levante junto à classe trabalhadora para fazer ecoar as vozes contra o machismo e contra o capitalismo , a fim de juntos, protagonizarmos a luta em prol de nossa real emancipação.




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