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AUTORITARISMO JUDICIÁRIO | TST autoriza Petrobras a contratar fura greves. Redobrar a solidariedade à greve já

Em mais uma medida escandalosa e anti-operária, o Tribunal Superior do Trabalho, bloqueou as contas de sindicatos e ainda permitiu contratação temporária para furar greve dos petroleiros. Essa escalada autoritária se dá após o fracasso da tentativa em desmontar a greve com uma multa de 500 mil combinado as ações ilegais das chefias de manter petroleiros em carcere privado dentro das fábricas.

sexta-feira 7 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

São 6 dias se enfrentando com as decisões judiciais dos mesmos que, pela via da Operação Lava Jato, tentaram atacar a Petrobras e abrir caminho para a privatização e entrega às empresas imperialistas. Quase uma semana de enfrentamento com a patronal, que se utilizou até de absurdos cárceres privados contra os trabalhadores, impedidos de sair de seus postos de trabalho por até 50 horas, e com a grande mídia se dedicando a esconder a greve da população.

A decisão é do ministro Ives Gandra, que argumentou que a greve tem conotação política e que o "o dano imediato a instalações, produções e o fornecimento de combustíveis, bem como aos trabalhadores que não tem conseguido ser rendidos, exige medidas mais efetivas". E claro, nenhuma preocupação com as mil famílias que serão jogadas nas ruas com o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados Araucária, no Paraná (FAFEN-PR), nem com a enorme entrega dos recursos naturais que significa o avanço da privatização. Pelo contrário, é por estes interesses de Bolsonaro e do imperialismo no país que se propõem inclusive garantir o furamento da greve com novas contratações temporárias.

Essa segunda medida do TST se da após sua frustração de que a greve continua se expandindo, com cada vez mais assembleias e aderência da categoria, como eles mesmos deixam claro na medida:

A decisão que obrigava que 90% do efetivo estivesse trabalhando nas unidades não surtiu efeito imediato, ainda que siga tendo um enorme peso de repressão. 
Isso se combina ao cerco da mídia em relação a greve que tem como intuito justamente ocultar o nível de arbitrariedades cometidas pelo governo e o judiciário para reprimir e criminalizar a luta dos trabalhadores.

A repressão aos grevistas também conta com a Petrobras enviando (em mãos) cartas às residências dos grevistas ameaçando-os, como está sendo denunciado por vários sindicatos. 

Por essa enorme repressão que os grevistas estão sofrendo, não é possível esperar mais nem um dia para que esses trabalhadores recebam a mais ampla solidariedade de todos os partidos de esquerda e centrais sindicais. Sabemos que sua vitória significaria uma vitória para todos trabalhadores do país contra o avanço dos projetos de Bolsonaro.

Por isso, nós do Esquerda Diário estamos colocando todas nossas energias para quebrar este bloqueio da mídia e denunciando cada medida deste judiciário que atua contra os trabalhadores, que foi um dos principais agentes do golpe institucional e da própria eleição manipulada que levou Bolsonaro ao governo para poder descarregar a crise econômica nas costas do povo trabalhador. A enorme força dos petroleiros, que defendem os empregos em sua maioria de terceirizados e se levantam contra este projeto de ataques, nos mostra que somente a luta independente dos trabalhadores, sem nenhuma confiança nesta justiça, através da mais ampla solidariedade de classe, com ações efetivas de outras categorias, pode fazer com que esta luta triunfe e seja um verdadeiro ponto de inflexão para o governo.

Não podemos aceitar nenhuma dessas ameças da justiça para frear a luta em defesa das mil famílias que correm risco de serem jogadas nas ruas. Por isso, reforçamos o nosso chamado a que as centrais sindicais, especialmente a CUT que tem peso majoritário na categoria de petroleiros, rompam com a paralisia e usem seu alcance nacional para tornar viva e real uma campanha de solidariedade aos petroleiros em cada local de trabalho do país, com ato, panfletagens, delegações para fortalecer os piquetes nas unidades da Petrobras, campanhas midiáticas nas redes e mídias oficiais.
 
Assim como chamamos o conjunto da esquerda, especialmente o PSOL, a fortalecer urgentemente a greve dos petroleiros. Precisamos, e podemos voltar a fazer viva a consigna de 1995: somos todos petroleiros. Sua luta contra as demissões, contras as privatizações podem ser uma causa nacional!

Veja na íntegra a reacionária decisão do TST abaixo:




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