quarta-feira 19 de fevereiro de 2020 | Edição do dia
O Tribunal Regional do Trabalho no Paraná (TRT-Pr) decidiu suspender as demissões da Petrobras por 15 dias em julgamento nesta terça (18). Em sua decisão, a desembargadora suspendeu até dia 06 de março as demissões dos mais de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-Pr).
A forte greve dos petroleiros que já dura 18 dias desperta crescente apoio popular e de outras categorias. Diante da força da greve, a empresa tem sido intransigente, anti operaria e anti sindical, cortando salário dos grevistas e adotando o assédio moral com estes. O julgamento deixou escancarado que a empresa não pretende negociar nada da pauta da greve nacional e se mostra irredutível na decisão de jogar mil famílias da Fafen na rua. A empresa também reafirmou, durante a sessão, que não negociaria a pauta da greve, pois a ela conta com decisões favoráveis do reacionário ministro Ives Gandra, no TST. Decisões, estas, que rasgam o direito de organização e o direito de greve, já que, pretendendo criminalizar a movimento, autoriza medidas administrativas contra os grevistas.
A desembargadora garantiu que a suspensão das demissões não significam em nada um impedimento das demissões; e que a Petrobras está autorizada, posteriormente, a demitir os funcionários, como fica claro no vídeo abaixo:
VEJA ESTE VÍDEO ESCANDALOSO!
Desembargadora acalmando a direção da Petrobras que as demissões serão garantidas e que a suspensão de 15 dias é uma manobra.
Por outro lado, reconhecem a força da greve petroleira! Judiciário inimigo!#GreveDosPetroleiros #SomosTodosPetroleiros pic.twitter.com/mMBgG6TCni
— Esquerda Diário (@EsquerdaDiario) February 19, 2020
No julgamento, a Federação Única dos Trabalhadores (FUP) e a desembargadora negociaram abertamente o desmonte da greve nacional dos petroleiros que já dura 18 dias e mobiliza mais de 20 mil trabalhadores.
A decisão de suspender por 15 dias as demissões deixa completamente autorizado para que, depois de desmontada a greve petroleira, a Petrobras volte então com as demissões, já que é evidente a dificuldade de reconstruir uma greve após esse período.
Bruno Gilga, do Esquerda Diário, depois de assistir a audiência relatou: "a audiência fechou com a desembargadora determinando, sob protestos da empresa, que estão suspensas as demissões que foram feitas, e a FUP se comprometeu a defender em todos sindicatos e assembleias a suspensão da greve". E como o mesmo relata, a medida da juíza de suspensão das demissões continua autorizando a empresa a demitir depois dessa decisão.
Direto do ato no Rio que reuniu milhares, Leandro Lanfredi afirma que a greve ainda pode ser vitoriosa e barrar as demissões. Ele denuncia, também, a manobra desta decisão do TRT: