×

Luta antirracista | Solidariedade contra os ataques da extrema direita francesa ao operário e pré-candidato Anasse Kazib

Amanhã, 9 de fevereiro, o pré-candidato presidencial pelo Révolution Permanente participará de um debate nos auditórios da Sorbonne. A presença de um trabalhador que luta pelos direitos dos setores populares na universidade mais famosa da França espantou a extrema direita, que saiu em uma campanha racista e islamofóbica.

terça-feira 8 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

A solidariedade com Kazib foi imediata. Nas redes sociais, a hashtag #AnasseSorbonne foi o segundo trending topic do país. Uma resposta de centenas de pessoas frente ao ataque da agrupação de ultradireita “Natifs” (Nativos).

Natifs é a reconversão do “Génération Identitaire”, a organização que Macron se viu obrigado a dissolver em março do ano passado, porque sua militância de ódio anti-imigrante e religioso adquiria o caráter de uma milícia que não podia ser controlada pelas instituições repressivas da V República. A organização supremacista foi proibida porque ia contra o próprio monopólio da força por parte do Estado francês. Algo similar às milícias de supremacistas brancos que apoiam Donald Trump nos Estados Unidos.

Mais recentemente, esses militantes de extrema direita foram pegos de surpresa pela presença de Anasse Kazib na universidade. Um trabalhador ferroviário, revolucionário, de origem marroquina, que defende e luta por causas populares como a exigência de justiça por Adama Traoré, jovem negro assassinado pela polícia francesa, um símbolo do racismo qe a própria classe dominante francesa gera e reproduz, ou a defesa dos direitos de trabalhadoras e trabalhadores, da juventude e das dissidências sexuais.

A luta que dão Anasse e nossos camaradas do Revolution Permanente, que impulsionam a rede internacional de diários Esquerda Diário na França, é a por um governo dos trabalhadores e do povo pobre.

O jovem operário militante revolucionário, sua organização e seus aliados enfrentam o obstáculo antidemocrático da lei francesa, que obriga a conseguir 500 assinaturas de prefeitos e representantes políticos empossados para poder abrir uma candidatura presidencial. Uma campanha que, apesar de árdua, está despertando muita simpatia e apoio entre setores populares.

Tudo isso deixou arrepiados os cabelos da organização racista. Por isso os cartazes dos Natifs chamam Anasse de “0% francês, 100% islamista”, por sua família marroquina. Foram colados no bairro latino, em Paris, como forma de intimidar o pré-candidato e pressionar a universidade para que cancele seu debate. O que acabaram provocando foi a defesa por parte de muitos estudantes, docentes, ativistas e figuras para que a Sorbonne escute a voz da esquerda, um direito democrático elemental.

Como expressam os cartazes que anunciam o debate de amanhã em uma das universidades mais famosas da Europa: “Você é contra uma universidade privatizada e que exclua os estudantes precários e estrangeiros sem documentos? Venha conhecer Anasse Kazib, esta quarta no panteão da Sorbonne”.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias