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CRISE NA SAÚDE | Sindicatos da saúde denunciam falta de materiais de segurança e testes

Trabalhadores da saúde já estariam contando os colegas infectados.

sexta-feira 27 de março de 2020 | Edição do dia

Ontem morreu um agente de saúde suspeito de coronavírus no Hospital Getúlio Vargas. Digo suspeito porque não tem teste para os profissionais de saúde.

Essa foi a declaração de Mônica Armada, presidente do Sindenfrj (Sindicato dos Enfermeiros do RJ) ao portal UOL. E continua

Pelas nossas contas, já temos 80 profissionais em quarentena.

Longe de ser uma denúncia isolada, essa é a realidade a que muitos trabalhadores estão submetidos todos os dias. O problema dos profissionais de saúde se infectando é algo que já foi reportado em vários países onde a pandemia tem atingido mais seriamente, e agora também chega ao Brasil.

Longe de ser um "problema natural", esse problema é fruto das péssimas condições em que os profissionais tem de trabalhar. Muitas vezes, não tem direito aos EPI’s necessários, como máscaras, e não é comum denúncias em que faltam insumos pra higienização como álcool e sabão. Além disso, esses trabalhadores, apesar de serem um dos principais potenciais vetores do vírus, não tem acesso a testes frequentes.

Mesmo com determinação da justiça do Rio que se garanta o fornecimento de EPIs e insumos como álcool 70%, sabão e papel toalha, a situação persiste. Os casos mais graves são em Rio e São Paulo, que juntos concentram cerca de 50% dos caos confirmados.

A situação se agrava pela falta de profissionais contratados o que sobrecarrega ainda mais os trabalhadores o os deixa vulneráveis a doenças. Por exemplo, o Seesp (sindicatos de enfermeiros de São Paulo) diz que a falta de profissionais está aumentando a jornada dos contratados.

"Não tem gente para trabalhar. Precisamos de contratação imediata. A prefeitura fez um chamado para 200 pessoas em enfermagem, mas só no [hospital] Souza Aguiar precisa de 111 pessoas - afirma Mônica Amada"

Essa situação calamitosa é fruto dos anos de depredação neoliberal na saúde. Mesmo na pandemia, os capitalistas mostram que colocam seu lucro acima da saúde das pessoas, como na campanha encabeçada por Bolsonaro para que se suspenda a quarentena. Por isso, é necessário que os trabalhadores deem uma resposta a altura:

Garantia dos equipamentos de segurança necessários e insumos e testes massivos e regulares para todos os trabalhadores de saúde que estão na linha de frente da pandemia! Licença saúde remunerada a todos os trabalhadores que necessitem se isolar! Que em cada hospital se formem entre os trabalhadores comissões de segurança e higiene, garantindo inclusive a proteção aos trabalhadores em grupo de risco!

Pela imediata contratação dos trabalhadores de saúde desempregados e pela diminuição da carga horária sem redução de salários! Numa situação de 11% de desemprego, ameaçando de aumentar com a crise, não é possível que os trabalhadores da saúde fiquem sobrecarregados. É necessário que esses profissionais tenham plena capacidade física e mental para seguir a frente da combate a pandemia!

Pela contratação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso! Abaixo a divisão imposta aos trabalhadores de saúde pela terceirização!

O sistema de saúde público e privado devem ser centralizados pra combater a crise! A saúde privada como um todo deve ser declarada de utilidade pública enquanto durar a crise. Em outras palavras, ele deve funcionar sob a órbita do Estado como parte de um plano centralizado para todo o sistema. As empresas que se recusarem a colocar todos os seus prédios, equipamentos e recursos a serviço da pandemia sem cobrar um centavo devem ser expropriadas e trabalharão sob a gestão direta de seus profissionais e do restante dos trabalhadores que continuarão recebendo 100% de seus ativos a cargo do Estado.

Pela conversão da produção para dar uma reposta a crise. Laboratórios farmacêuticos e empresas químicas dever ser imediatamente postos a serviço de produzir os insumos necessários para o combate a pandemia.Indústrias como montados e de colchão devem ser reconvertidas para que se produzam respiradores e leitos para combater a pandemia!

Nas indústrias e e laboratórios farmacêuticos convertidos é necessário que os trabalhadores assumam o controle da produção, decidindo o que é necessário produzir para dar a resposta à crise, e garantindo as condições de higiene e segurança para a produção desses materiais. Não é possível que no meio dessa crise sanitária, os lucros continuem ditando a produção! Nossa vida vale mais que seus lucros!




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