Sergio Moro defende que o país precisa de uma ’agenda de reformas’. Enquanto a população paga caro com os ajustes, o Judiciário segue tendo seus aumentos salariais.
sexta-feira 12 de agosto de 2016 | Edição do dia
Nesta quarta (10) o juiz federal golpista Sergio Moro, diretamente de uma palestra em Brasília, disse que o país precisa de uma ’agenda de reformas’. Para Moro as investigações da Lava Jato mostram que "a democracia está se mexendo" e estão no sentido do "enfrentamento da corrupção".
Segundo o golpista, tratando do suposto combate a corrupção pelo MPF "o que é importante é que esse caso não fique apenas nos culpados, nos punidos, mas que isso propicie uma agenda de reformas". Diz ainda que "podemos ver esse quadro com o pessimismo da corrupção sistemática, mas devemos pensar na perspectiva otimista, de que essas manifestações nos propiciam uma oportunidade única de mudança e devemos aproveitar essa oportunidade".
Analisemos alguns fatos interessantes sobre o resultado até hoje da Operação Lava Jato e do processo de Impeachment, no quisito combate à corrupção:
Primeiramente, o atual presidente Michel Temer, foi condenato pela lei da Ficha Limpa e fica inelegível por 8 anos. Porém, ainda pode governar e nada sobre isso será feito pelo STF ou PF. Ou seja, quem assume após o golpe - que era pra "combater a corrupção" - é condenado pela mesma Justiça. "Mas tudo bem"(!), Moro deve contar com este para aplicar as tais reformas;
Segundo fato, como já denunciamos aqui, durante as investigações sobre as diretorias da Petrobrás, a de Exploração e Produção ficou blindada. Essa blindagem favoreceu diretamente as terceirizadas das plataformas, como as gigantes Halliburton, Schlumberg, Transocean, entre outras;
Terceiro fato curioso é que após Temer assumir o que logo conseguiu aprovar foi o aumento para o poder judiciário, o que no meio de uma crise com índices brutais desemprego é algo que ressalta que tipo de poder quer ter o STF sobre o governo.
Ao que tudo indica, as reformas que Moro trata, estão longe do combate a corrupção. Não podem combater a corrupção até o final, pois estão atreladas diretamente com a sustentação do sistema capitalista, que é a raiz desses casos.
Em meio a uma crise que afeta toda a classe trabalhadora, batendo recordes históricos de desemprego, o STF, sem ter nenhum destes juízes eleitos, quer ampliar o poder sobre os rumos do país. Que todo político e juiz seja eleito e revogável a qualquer momento, e que todos eles ganhem o salário de uma professora!