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ATAQUES À EDUCAÇÃO | Seguindo os cortes na educação, governo Temer anuncia "reestruturação" no Pibid

Uma das principais ações do governo federal de formação de professores para a educação básica, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) sofreu uma redução de 14,8% no número de bolsistas nos últimos dois anos. Sem dar detalhes, o Ministério da Educação (MEC) informou que está estruturando para o próximo ano uma reformulação do programa, que concede bolsas para estudantes de licenciatura estagiarem em escolas públicas do País.

quinta-feira 17 de agosto de 2017 | Edição do dia

Imagem:FlorianoNews

A reportagem do Estadão obteve pela Lei de Acesso à Informação dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável pelo programa, que tinha 65.185 bolsistas do Pibid em junho de 2015. No mesmo mês deste ano, eram 58.268.

O programa concede bolsas de R$ 400 aos alunos de licenciatura para participarem de projetos em escolas de educação básica, além de pagar R$ 1,2 mil aos coordenadores e R$ 600 aos professores responsáveis pelas disciplinas. Os valores dessas bolsas já dizem por si só qual o tipo de "valorização" da docência que os governos têm em vista.

O MEC informou que houve um corte de bolsas ao fim de 2015, ainda no governo do PT, quando foi feito um "ajuste do programa ao orçamento que havia sido aprovado naquele ano". A pasta disse que atualmente estão disponíveis 59.156 bolsas para o Pibid e os coordenadores de projetos não preencheram todas.

Nilson Cardoso, presidente do Fórum Nacional dos Coordenadores do Pibid (Forpibid), afirmou que a preocupação é com a sobrevivência do programa. "O Pibid tem uma dinâmica diferente, os alunos se formam ou conseguem outra bolsa e são substituídos. O que acontece desde 2015 é que as vagas são fechadas, sem aviso e sem a possibilidade de incluir novos bolsistas. É um efeito cascata."

Em nota, o MEC afirmou que o programa é "apenas umas das iniciativas" para qualificar a formação de professores. "Sem pretensões de ser universal, ele deve funcionar como indutor de boas práticas". Sobre as mudanças no programa, disse ter montado um grupo de trabalho para a "reformulação" e a previsão é de que as primeiras conclusões sejam apresentadas em outubro. "A intenção é garantir a autonomia das secretarias na escolha das escolas em que o Pibid vai atuar." Podemos pensar na hipótese, dadas as declarações demagógicas do ministério, que a intenção é não apenas cortar bolsas mas aumentar o controle político e ideológico de quem será contemplado por elas, fazendo das verbas mais uma pequena "moeda de troca" por sua influência nos rumos da educação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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