Na manhã desta sexta-feira os estudantes do I.E.E. Cristóvão de Mendoza saíram em ato contra o parcelamento dos salários dos servidores e contra os cortes na educação.
sexta-feira 8 de abril de 2016 | Edição do dia
Cerca de 100 secundaristas e alguns professores trancaram a Av. Júlio de Castilhos contra o parcelamento do governador Sartori (PMDB) e contra os cortes na educação tanto de Sartori quanto de Dilma. Apesar da direção da escola passar um dia antes nas salas motivando os alunos a não irem à escola hoje, como tentativa de frear a mobilização, os que estiveram presentes deram provas de que assim como em São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro, vão até o fim em defesa da educação.
A situação na escola é muito precária, não temos mais água e a partir da semana que vem também não teremos mais merenda. Nosso auditório está interditado há 4 anos e aguardamos a mais tempo ainda as obras do PNO acontecerem, mas ao invés de investir nas necessidades básicas da população, Dilma corta só nesse ano quase 7 Bilhões de reais da educação, e Sartori manda tudo o que arrecada para a dívida com a União.
Com gritos de "ih fodeu, o Cristóvão apareceu" e "Sartori safado, só paga parcelado", ficou nítida a vontade de mobilização apesar de termos um Grêmio controlado pela burocracia estudantil da Kizomba/DS/PT e de uma direção que já começa a perseguir alguns alunos, pois o próprio Grêmio Estudantil em aliança com a direção entrega os nomes dos estudantes para serem punidos. A Faísca - Juventude Anticapitalista e Revolucionária esteve presente no ato e afirma que agora, mais do que nunca, é fundamental manter o espírito de luta e construirmos um grande lançamento dessa juventude que já está incendiando o RS nesse sábado (09/04) em Porto Alegre.
Parecia que tudo correria como planejado e com tranquilidade até o fim, mas um homem que tentava passar enquanto trancávamos a rua tentou atropelar os estudantes que se revoltaram e cercaram o carro, os professores que estavam presentes convenceram os alunos a deixarem o carro passar, mas antes de sair o homem ameaçou os estudantes de morte e disse que voltaria. E não é que um tempo depois ele voltou? Com uma barra de ferro ele desceu do carro e golpeou inúmeras vezes os estudantes próximos, pedimos para que parasse com a violência mas ele acertava todos que conseguia alcançar até que um grupo de estudantes o cercaram e sem alternativa teve que correr dizendo que iria voltar e "matar todo mundo". Sem saber o que fazer diante do tumulto alguns estudantes chamaram a polícia na esperança de que essa tivesse alguma utilidade, mas pasmem. Quando a viatura da Brigada Militar chegou no local, os policiais queriam culpar os professores, disseram que nós iríamos para o Conselho Tutelar por sermos menores de idade, logo todos começaram a gritar "Vou pro Conselho, lutando pelo meu direito". As pérolas que os policiais soltaram deixam claro o caráter de classe que tem a Polícia Militar (no caso do RS, Brigada), que culpou os estudantes por terem apanhado com barra de ferro e como solução disse pra simplesmente não irmos mais pra escola se achávamos arriscado. Sua fala terminou com "Se trancassem meu carro, eu atirava".
Com esse clima de tensão a manifestação teve que ser encerrada por ali, em resposta ao descaso da Brigada Militar os estudantes deixaram um recado na viatura antes de irem embora.
Hoje foi um aprendizado imenso para estes alunos, pois viram que só lutando poderemos mudar a vida, e que existem setores que vão tentar nos impedir disso, mas saibam que NÃO VÃO CONSEGUIR! Nem agressores e muito menos o braço armado do Estado vão fazer parar nossa luta que depois de hoje tem muito mais motivos para continuar!
Como militantes da Faísca colocamos aos secundas de luta que precisamos nos mobilizar pela base, independente da burocracia do Grêmio Estudantil e que não podemos temer esses setores reacionários que vem nos agredir, juntos somos mais fortes!
