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RIO GRANDE DO SUL | Sartori não paga salários e deixa professores e servidores do RS na miséria

O governo de José Ivo Sartori (MDB), que acaba de perder a eleição, deixou todos os professores e servidores estaduais do Rio Grande do Sul sem nenhum centavo de salário neste mês de novembro. Os parcelamentos ocorrem desde o início da nefasta gestão de Sartori, mas neste mês o governo simplesmente não pagou nenhuma faixa salarial, o que está previsto de ocorrer somente no dia 12.

quinta-feira 1º de novembro de 2018 | Edição do dia

Na mesma semana em que os professores do país todo estão sob ameaça do reacionário projeto conhecido como Escola Sem Partido e do chamado de setores de extrema direita aos alunos gravarem aulas para perseguir professores, o magistério público estadual do Rio Grande do Sul sofre mais um duro golpe. O não pagamento de todos os salários até o dia 12 é um medida cruel do governo de José Ivo Sartori, que acaba de perder a eleição.

Após mudar a data de pagamento para o último dia útil de cada mês, o governo depositava alguma parcela ou alguma faixa salarial nesta data. Entretanto no último dia 31 os servidores públicos do estado não receberam nada. Estava previsto o pagamento da 10a parcela (!) do 13o salário do ano passado, entretanto, a maioria dos servidores teve que pegar empréstimo no Banrisul para acessar este direito e por isso o valor foi repassado automaticamente ao banco estatal.

O endividamento em massa e a precaridade dos serviços públicos, especialmente das escolas públicas, coloca professores e servidores do RS em situação de calamidade e desespero. Notícias de suicídios de colegas correm pela categoria, sobretudo do magistério público estadual. Professoras e servidores estão na mira não só do atual governo do estado mas também do recém eleito Eduardo Leite (PSDB), que pretende dar continuidade à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. A medida do governo golpista de Temer prevê privatizações e congelamento de salários. Além disso Leite já anunciou também que quer atacar o plano de carreira do magistério.

Nacionalmente o reacionário Jair Bolsonaro, eleito presidente da república nas eleições mais manipuladas da história da democracia brasileira, tem também nas escolas e nos professores parte seus principais alvos. O mal chamado "Escola Sem Partido", na verdade é uma ferramenta de perseguição e repressão a professores e alunos, além de ser afronta ao conhecimento científico uma vez que qualquer conteúdo que não corresponda aos valores conservadores previstos no projeto e levados à frente por seus entusiastas pode ser alvo de represálias. Jair Bolsonaro também já falou em militarização das escolas e educação à distância para controlar, reprimir e destruir de vez a educação pública.

No RS enquanto o governo mantém polpudas isenções fiscais à grandes empresas e privilégios aos políticos, juízes e altos cargos, trabalhadoras e trabalhadores ficam na miséria. Por outro lado a sonegação de impostos também desvia o caminho do dinheiro que deveria ser público, além do pagamento da dívida pública do estado com a união, que serve para garantir a ilegal, ilegítima e fraudulenta dívida pública nacional repassada aos banqueiros internacionais.

O CPERS divulgou imagem falando em "cruzar os braços" nesta quinta-feira (1o) caso o governo não pagasse. Há notícias de escolas que paralisaram mas o sindicato não convocou nenhuma ação massiva contundente da categoria, que corresponda com o nível de absurdo e de revolta gerada por não receber nada do mais básico direito dos trabalhadores, o salário. Fica a dúvida de por que o CPERS não convocou ainda uma assembleia geral para organizar a indignação dos educadores. Os ataques que virão nos governos de Jair Bolsonaro e Eduardo Leite não apontam soluções às professoras e professores, pelo contrário, apontam mais ataques. A categoria mostrou sua força impressionante quando sacudiu o estado em uma das maiores greves da história da categoria em 2017. É necessário que professoras, professores e alunos organizem comitês de base em cada escola para enfrentar os ataques do próximo período, exigindo do CPERS e das centrais sindicais um plano nacional de lutas.




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