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FGTS | Saques do FGTS não darão conta de animar economia e camuflam mais ataques de Bolsonaro

Hoje Paulo Guedes e Bolsonaro farão um anuncio de uma série de medidas que eles prometem que salvarão a economia. Nem passou uma semana da aprovação em primeiro turno da Reforma da Previdência já precisam encontrar nova promessa ilusória.

quinta-feira 18 de julho de 2019 | Edição do dia

Duas das medidas que estão previstas para o anúncio de hoje já foram usadas anteriormente por Temer, liberação de recursos do PIS e saques do FGTS. O saque do FGTS de Bolsonaro atingirá as contas ativas, diferente do ex-presidente golpista que focou somente nas contas ativas. Nesta ocasião serão liberados de 10% a 35% dos saldos de pessoas empregadas no momento.

Estimativas otimistas do Estadão dão conta de que esse impulso geraria entre 0,2 e 0,4% de acréscimo ao PIB. Supondo-se real o cálculo sonhado no melhor dos cenários o PIB deste ano alcançaria o deprimido resultado de Temer com 1,1%.

Ciente do limite desse “ânimo” estudam que a liberação ocorra todo ano, como um “14º salário” a aqueles que mantiverem-se empregados num país onde 25% da população economicamente ativa está ou desempregada ou sub-empregada, Bolsonaro.

O estímulo, por maiores que sejam as manchetes interessadas servirão no máximo como atenuador das imensas pressões recessivas da economia, e que a reforma da previdência, ao contrário do que falaram aumentarão, já que ela arrancará bilhões de reais dos bolsos dos consumidores, reduzindo os valores das aposentadorias.

Saiba mais: “Mentira da Globo, mentira de Bolsonaro: a reforma da previdência vai gerar recessão

A medida de Bolsonaro também servirá para encobrir um ataque embutido. Enquanto milhões de trabalhadores que estão empregados no momento conseguirão um pequeno respiro em suas contas atrasadas com esse dinheiro eles pretendem mexer na regra para saque do FGTS nas demissões. Ou seja, todos futuros desempregados terão um FGTS duplamente diminuído, será menor porque sacarão recursos agora e será menor porque não será possível o saque integral.

Com isso Paulo Guedes e Bolsonaro mostram a verdadeira cara de sua política econômica: garantir uma elevada taxa de exploração dos trabalhadores. Todas medidas econômicas desde a promessa da carteira verde-amarela, a reforma da previdência e as alterações no FGTS visam impor piores condições para que os trabalhadores sobrevivam sem aceitar trabalhos cada vez mais degradantes, mais explorados, com menos direitos, afinal, segundo Bolsonaro não há nada mais difícil no Brasil do que ser um empresário.

Enquanto a Reforma da Previdência significa morrer trabalhando, literalmente no caso das indústrias com alto risco onde agora some a aposentadoria especial, as alterações do FGTS visam oferecer um alívio imediato quando de fundo o que eles trabalham é para que cada vez mais os trabalhadores sejam explorados em aplicativos, se submetam a trabalhos intermitentes ou com outras perdas de direitos.

Momentaneamente a injeção de alguns bilhões na economia pode levar a algum aumento do consumo, aumento da produção, mas dificilmente esse impulso se sustenta no tempo, e mais, seu tamanho não é suficiente para tirar o país do que renomados economistas burgueses, como Monica de Bolle, já chamam de “estagnação secular”. A indústria pode aumentar sua produção em quase 6% sem precisar de uma máquina ou emprego a mais dada sua imensa capacidade ociosa, e como se sabe o estímulo de Bolsonaro alcançará no máximo 0,4% do PIB segundo o Estadão.

As manchetes comemoram e vendem um paraíso que sabem que será inalcançável. Cada nova medida promete o mesmo que a anterior não cumpriu. Antes foi o impeachment, depois o teto dos gastos, depois a reforma trabalhista, depois a previdência, agora será o saque do FGTS. Saqueadores do presente prometem um futuro próspero mas trabalham dia a dia para que ele seja de miséria, desemprego, subemprego e trabalho até exaustão.




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