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SAMARCO | Samarco, impune pela destruição ambiental, deixará trabalhadores sem salário por meses

Como se já não bastasse os trabalhadores terem sido vítimas de um dos piores desastres ambientais da história, ter perdido 12 de seus trabalhadores na tragédia, a Samarco também sinaliza vários ataques aos trabalhadores.

quinta-feira 19 de outubro de 2017 | Edição do dia

lém das demissões de uma parcela de seus funcionários e da instabilidade pela qual passam os funcionários terceirizados - dos quais vários já foram demitidos neste período -, a empresa avalia, em reunião realizada ontem, 18, com o Sindicato Metabase de Mariana e o Sindicato de Metalúrgicos do Estado do Espírito Santo, a ideia de prorrogar período de layoff (suspensão temporária de contratos de trabalho) por mais cinco meses de 800 trabalhadores.

Os trabalhadores estão nesta situação desde junho deste ano, tendo seus contratos prorrogados por mais três meses, que se encerraria dia 31 deste mes. Ainda "despreparada" para manter os custos destes trabalhadores de volta, a empresa quer prorrogar este prazo pois acredita que este é um meio de "manter os postos de emprego".

A prorrogação deste prazo aumenta as incertezas sobre a retomada dos postos de trabalho por parte dos trabalhadores. A mineradora está há dois anos, desde a tragédia, sem produzir.

O sindicato não só não lutou por punição aos empresários e ao governo pela responsabilidade direta na tragédia, como não construiu um forte plano de luta contra as demissões, e ainda também é quem justamente negocia estes acordos com a empresa para que os trabalhadores vivam nesta instabilidade.

É preciso que o sindicato seja de fato uma ferramenta de luta, para que os trabalhadores se organizem, e não que o sindicato seja o responsável por todas as negociatas com os empresários para que os trabalhadores fiquem à mercê dos erros ou paguem pelo descaso e irresponsabilidade dos capitalistas. O sindicato deveria organizar as 800 famílias, o conjunto dos trabalhadores da Samarco, a população e os trabalhadores de demais minas a se mobilizarem contra estes ataques, lutando por umagrande campanha pela reestatização da Vale, sob controle daqueles dos trabalhadores e da ppopulação. Este é o papel de um sindicato que realmente defende seus trabalhadores.

Não existe garantia de direitos quando uma empresa está nas mãos de empresários que, mais que garantir empregos e segurança, querem garantir lucros. O desastre em Mariana foi causado pela sede de lucro, nada menos que isso.

Para acabar com a iminência de novas tragédias é necessário tirar a mineração das mãos de quem espolia as riquezas naturais a mando dos interesses imperialistas. Apenas a expropriação da empresa, sem a indenização para seus antigos donos, é que pode subverter o modelo de espoliação imperialista das riquezas naturais.




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