No Brasil de Bolsonaro e da política ultraliberal de Paulo Guedes infelizmente nos acostumamos a presenciar cada vez mais cenas como pessoas procurando comida no caminhão de coleta de lixo no Rio de Janeiro, fila do osso em Cuiabá...agora são famílias que catam restos de comida no Ceasa em Salvador, capital da Bahia. Enquanto ministros do STF aumentam seus supersalários para mais de R$45 mil mensais, a miséria reina para a grande maioria da classe trabalhadora, que amarga condições cada vez mais precárias em seus postos de trabalho desde a aplicação da reforma trabalhista, e àqueles obrigados a se sujeitarem a situações humilhantes e degradantes ao catar restos de comida em lixo.
quinta-feira 11 de agosto de 2022 | Edição do dia
Foto: Reprodução
O número de famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza em Salvador teve aumento de 14% em 2022, em comparação ao ano passado. A informação é da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, que monitora os dados sobre a fome no país. Segundo a organização não governamental, mais de 242 mil famílias vivem nestas condições na capital baiana.
A dona de casa Denice Alves, de 47 anos, é uma das pessoas que precisam se subordinar a uma situação humilhante. Sem condições de garantir regularmente três refeições diárias ela costuma catar alimentos descartados no Ceasa de Salvador. O único sustento de Denice por mês é o auxílio-Brasil de R$ 400,00.
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“Achei uma coxa de galinha e já fiquei feliz, porque isso é raro. Agora estou aqui procurando ovo, porque está caro. Aqui, graças a Deus, a gente consegue pegar uma boa quantidade de comida para passar uma semana, um mês, ajudar um vizinho, um parente. É daqui que eu tiro meu sustento.”
Outro exemplo mostrado pela reportagem do portal G1, regional Bahia, foi do catador Ricardo Alves. Além de coletar recicláveis para vender, ele também cata sobras de alimentos no Centro de Abastecimento de Salvador. Ricardo comentou à reportagem que mora com a ex-companheira, que não trabalha e tem problemas de saúde. Eles contam com ajuda de familiares e como nem sempre contam com esse suporte, é o que vem do lixo que alimenta os dois. "Não está fácil para ninguém, né. Nem sempre os parentes podem ajudar. Cada um tem que se virar".
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Bolsonaro, o agronegócio e os capitalistas são os responsáveis por essa situação de fome e insegurança alimentar no país. Precisamos ter um consumo de comida redistribuído, organizado pelos trabalhadores, sem desperdício e com alimentações saudáveis e completas para todos. É necessária uma reforma agrária radical que ataque os latifúndios, expropriando as terras produtivas e improdutivas que são usadas somente para o lucro de um punhado de ruralistas. Para isso, precisamos lutar contra esse governo de misérias nas ruas, sem conciliação de classes, apostando somente na força independente dos trabalhadores.
É necessário o reajuste automático do salário conforme a inflação e que essa seja uma bandeira de luta da classe trabalhadora e de suas organizações sociais e seus sindicatos, assim como a divisão da jornada de trabalho entre empregados e desempregados, sem redução do salário. Para isso, é imprescindível a revogação da reforma trabalhista, herança do golpe institucional levado a cabo por atores do regime político como o STF, que vem agora falar demagogicamente em "defesa da democracia" e acabam de aumentar seus supersalários de ministros para R$46 mil. Apenas com uma saída de independência de classes, que não atue de acordo com os interesses do capital, como aponta a chapa Lula-Ackmin, mas sim a serviço da classe trabalhadora, é que podemos derrotar o bolsonarismo e também assegurar uma vida digna sem fome e sem miséria para a maioria da população.
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