×

SAO PAULO | SABESP: falta água para você mas não falta dinheiro para propina tucana

A crise hídrica de São Paulo sumiu dos noticiários. Os reservatórios encheram. Os lucros também. Enquanto isso em diversos bairros periféricos, inclusive nas imediações da Cantareira toda noite a água é cortada. A única coisa que não é cortada é o super-faturamento de obras para ajudar a Odebrecht a repassar propinas para Alckmin e suas campanhas, como foi noticiado hoje pelo Estado de São Paulo.

quarta-feira 26 de abril de 2017 | Edição do dia

Envolvida nas delações da Lava Jato, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) desclassificou um consórcio que tinha oferecido o menor preço para executar obras de esgoto na Praia Grande, cidade do litoral sul paulista, para assinar um contrato R$ 22,7 milhões mais caro com a Odebrecht, em 2014.

O edital da obra, que previa a construção de um emissário submarino, foi publicado em 1.º de março de 2014 pelo então diretor da estatal João Paulo Papa, hoje deputado federal pelo PSDB. O contrato, no valor de R$ 339,9 milhões, foi assinado em junho, mas acabou sendo suspenso pela Justiça a partir de uma liminar obtida pelo consórcio desclassificado. A obra nunca foi feita.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta terça-feira, 25, que planilha entregue à Lava Jato pelo executivo da Odebrecht Benedicto Júnior vincula a obra ’Emissário Praia Grande’ a pagamentos de R$ 1,5 milhão de caixa 2 para a campanha do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em 2014 e de R$ 300 mil para o deputado Papa, que deixou a Sabesp após lançar o edital, em março daquele ano.

A Odebrecht já havia construído outro emissário na Praia Grande, em 2010, por R$ 280 milhões. Na nova licitação, a Sabesp desclassificou o consórcio CMR4/Augusto Velloso alegando falta de capacitação técnica. As empresas afirmaram que o edital foi direcionado para a empreiteira. A Sabesp fez de tudo para garantir esse esquema de propina tucana. Recorreu duas vezes à Justiça para validar o contrato mais caro, mas ele segue suspenso por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de dezembro de 2016.

Com informações da Agência Estado




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias