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19J | Rumo ao 19J: onde estão as assembleias para construir pela base?

O dia 29M mostrou a força e disposição de luta da juventude e trabalhadores, apesar do objetivo das direções das organizações de canalizar eleitoralmente o descontentamento social com Bolsonaro. Agora rumo ao dia 19J, as direções da UNE e das Centrais Sindicais continuam atuando para que continuem sendo manifestações controladas, não construindo ativamente o ato do dia 19J e, inclusive, atuando para dividi-lo. Precisamos urgentemente que essas direções rompam com sua paralisia e convoquem assembleias nacionalmente para construir pela base o 19J, para que seja um dia massivo e para superar a tentativa de canalização do nosso ódio e revolta para dentro das instituições golpistas e eleições.

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

terça-feira 15 de junho de 2021 | Edição do dia

Viemos, enquanto Faísca e Esquerda Diário, dando uma batalha desde antes do dia 29M pela importância e para que sejam convocadas assembleias com direito à voz e voto nacionalmente para construir os atos pela base. Ou seja, convocadas ativa e amplamente para que todos nós, estudantes e trabalhadores, possamos ter um espaço democrático de debate, construção e organização para dar vazão às nossas ideias e disposição de luta que se expressou fortemente no dia 29M.

Espaços organizativos como esse podem ser uma engrenagem para a auto organização do movimento contra os cortes nas federais, as privatizações e as reformas passadas pelo governo Bolsonaro-Mourão, mas também por todo o regime golpistas. E, são importantíssimos para que a nossa luta não fique à mercê das vontades das direções burocráticas que nada mais querem, desde o dia 29M e agora rumo ao 19J, do que anestesiar e controlar a nossa luta para capitalizar o descontentamento social com Bolsonaro nas eleições de 2022.

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É um absurdo que após o dia 29M não tenha sido debatido democraticamente as datas das próximas mobilizações e um plano de lutas unificado, dos estudantes e trabalhadores, para dar continuidade aos atos que reuniram milhares pelo Brasil. A data do dia 19J foi definida pelas Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular para 20 dias depois(!), em uma assembleia que na realidade tinha um número delimitado de participantes e acordos pré-meditados com as organizações que estão à frente como a UP (Unidade Popular), PCB e organizações do PSOL, em especial o MES e sua juventude Juntos; e também tinha um formato de live, onde mais de 1600 assistiam a assembleia sem poder falar, nem votar.

Inclusive, as organizações que compõe as direções das centrais sindicais como a CUT(PT) e CTB(PCdoB) e que convocaram um ato para o dia 18 de junho - sem nenhum debate com a base, dividindo a luta dos trabalhadores e estudantes escancaradamente -, também estão nas direções das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e na da UNE (PT, PCdoB e Levante Popular). A pergunta que fica é qual o sentido de dividir a luta então?

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O sentido é justamente impedir com que as manifestações possam extrapolar seu controle e objetivo(eleições), questionando mais profundamente os representantes, que conciliam com os golpistas e burgueses como o Lula, e o regime de conjunto.

Precisamos dizer que não somos fantoches eleitorais e que apenas com a nossa luta e organização independente nas ruas podemos derrubar Bolsonaro, Mourão e os militares e superar as direções burocráticas que ficam subordinadas a política de conciliação de classes do PT, se adaptando cada vez mais a saídas por dentro do regime golpista como é a CPI, o impeachment, eleições, e a suas instituições como o STF e Congresso Nacional, posição essa que é extremamente funcional para o regime e o endurecimento de seus ataques.

É nesse sentido que não se convocam espaços, como as assembleias, que possuem esse potencial organizativo e de questionamento! Exigimos que a direção UNE cumpra com o seu papel dentro da entidade em que foi votada e convoque e estimule nacionalmente para que ocorram assembleias de base com de voz e voto para todos já, é um mínimo direito democrático mínimo! O movimento estudantil poderia dar um grande exemplo de organização na realização de assembleia para que o movimento operário.

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Nesse sentido, acreditamos que rumo ao dia 19J devemos dar um passo a mais na nossa organização, seria fundamental que conjuntamente nas assembleias de base fossem votados delegados para compor um comando nacional de estudantes das Universidade Federais que representariam em âmbito nacional os debates de cada universidade para avançar em unificar as lutas com as demandas reais dos trabalhadores e sociedade, e com toda a juventude dentro e fora das universidades.

Rumo ao dia 19J, não fiquemos na miséria do possível! Nossa luta é nas ruas para que sejam os capitalistas que paguem pela crise!

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