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ROGER WATERS | Roger Waters usa #Elenão e chama Bolsonaro de "neofascista" em SP

Roger Waters, fundador do Pink Floyd, se posicionou contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro.

Allan CostaMilitante do Grupo de Negros Quilombo Vermelho - Luta negra anticapitalista

quarta-feira 10 de outubro de 2018 | Edição do dia

A noite dessa terça-feira (09) reafirmou o que todos deveriam saber, Roger Waters não tem vocação para ficar em cima de muros (com o perdão do trocadilho). Em show realizado na Allianz Arena, em São Paulo, o público foi conduzido por clássicos e músicas de seu novo trabalho e, apesar da tremenda vibração que o artista no auge de seus 75 anos é capaz de provocar com seus espetáculos conceituais milimetricamente concebidos, os pontos mais fortes da noite foram os momentos em que Waters se posicionou contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro.

Foram dois momentos em que o enorme telão posicionado no palco exibiu a hashtag #elenão, popularizada na campanha que invadiu as redes sociais brasileiras antes do primeiro turno das eleições em rechaço ao odioso Bolsonaro. Num outro momento, durante uma pausa, o telão exibiu uma mensagem relacionando os lugares onde o neofascismo está ressurgindo, entre nomes como Trump, Le Pen, surgiu, no final da lista, o nome de Bolsonaro, causando reação instantânea do público.

Diante do estrondoso grito de apoio da maioria do público, uma outra parte formada por apoiadores de Bolsonaro, aparentemente desavisados sobre o histórico do fundador do Pink Floyd, se manifestou vaiando e xingando o protesto do ídolo que pagaram caro para ver ao vivo. Uma amostra da forte polarização que toma o país.

Se restava alguma dúvida aos presentes, o próprio Roger Waters fez questão de dizer em resposta às vaias: "Sou contra o ressurgimento do fascismo. E acredito nos direitos humanos. Prefiro estar num lugar em que o líder não acredita que a ditadura foi uma coisa boa. Lembro das ditaduras da América do Sul e foi feio!"

O espetáculo ainda seria incrementado com duras críticas ao extremismo, ao consumismo e ao presidente dos E.U.A., Donald Trump, que foi "homenageado" com uma caricatura que fundia sua imagem à de um porco no telão, enquanto os músicos da banda tocavam a música "Pigs" mascarados como porcos, se serviam de um banquete e um enorme porco inflável sobrevoava o público com frases de apoio às causas como as do feminismo, do meio ambiente e dos refugiados, e completava decididamente: "Trump é um Porco!". Pouco antes, um grupo de pessoas encapuçadas representaram reféns do Estado Islâmico e causaram choque no público ao se revelar que eram apenas crianças.

O show de efeitos visuais e sonoros com inquestionável qualidade musical foi preenchido de politização, bem ao estilo Roger Waters. O artista funde sua carreira às causas políticas mundiais desde há muito tempo. em março deste ano, por exemplo, o artista já tinha ganho as manchetes do mundo todo ao se unir ao show de uma banda palestina em protesto à decisão dos E.U.A. de reconhecer a cidade Jerusalém como capital de Israel. Era de se esperar que se juntasse a enorme repulsa que as ideias encarnadas na figura de Jair Bolsonaro causam nos setores progressistas.




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