×

DEBATE | Resposta ao editorial da Folha ‘São 30 Centavos’. Se ‘não existe almoço grátis’ temos que arrancar o banquete dos empresários

No editorial publicado pela Folha de São Paulo no dia 18/01/2016 é lançada uma provocação aos manifestantes que estão lutando contra o aumento da tarifa, mas também pela demanda histórica do movimento que é a gratuidade do transporte.

terça-feira 19 de janeiro de 2016 | 00:03

No editorial publicado pela Folha de São Paulo no dia 18/01/2016 é lançada uma provocação aos manifestantes que estão lutando contra o aumento da tarifa, mas também pela demanda histórica do movimento que é a gratuidade do transporte. O principal argumento utilizado em seu editorial é de que se trata de uma demanda equivocada, pois esta gratuidade geraria um aumento dos impostos na qual quem pagaria seria os trabalhadores e a população pobre.

Sabemos que a Folha de São Paulo, assim como os demais jornais tradicionais não cumprem um papel meramente informativo. Estas mídias são porta–vozes dos grandes empresários, políticos e dos grandes bancos e cumprem o papel de tentar convencer a maioria da população de que sua política é correta. O exemplo disso é de que quando se tem momentos de luta, estas mídias são as primeiras a se voltarem contra os lutadores.

As mídias tradicionais hoje estão nas mãos de um grupo seleto de grandes empresários, como a família Civita que cuidam da editora Abril, a Família Marinho no caso da Globo e a família Frias no caso da Folha. Esta meia dúzia de famílias que controlam estes meios de comunicação tem como objetivo extrair o maior lucro de seu respectivo veiculo de informação, com isso vão passar a sua visão de mundo para os demais setores da população.

No texto da Folha de São Paulo que é escrito contra a demanda histórica da gratuidade, começa colocando que é compreensível a revolta da população contra o aumento da passagem, pois com a crise econômica as perspectivas de emprego são cada vez mais obscura e a inflação que está subindo dois dígitos a condição de vida da população está cada dia mais precária. Ao mesmo tempo, a folha coloca inúmeros argumentos que cabe fazer a seguinte pergunta: O que fazer? A solução pra Folha é irmos para casa e esperar a boa vontade dos ‘’especialistas em política e economia resolveram o problema’’? Aceitar o aumento da tarifa que pesa para o bolso do trabalhador sem nenhum questionamento? Seguir as propostas da Folha de São Paulo?

Existe uma imensa confusão por trás dos argumentos apresentado pela Folha de São Paulo pra poder justificar o aumento da passagem. Por trás dos argumentos que o jornal apresenta no texto para defender que tem que aumentar a passagem de ônibus, existe o fato de que vivemos numa sociedade de classe e hoje quem está pagando pela atuação situação econômica do pais são os trabalhadores. Enquanto colocam o lucro dos grandes empresários e banqueiros como algo intocável, toda argumentação da Folha vai no sentido de que os trabalhadores e a população pobre tem que arcar com a atual crise econômica.

Por trás do jargão neoliberal ‘’de que não existe almoço grátis’’, a Folha esquece que os políticos da ordem ano após ano aumentam o seu salário e privilégios, os bancos estão batendo recorde de lucro e que cada vez mais estamos vendo poucas pessoas concentrando a riqueza, enquanto grande maioria da população está ficando cada vez mais pobre. Ao invés dos trabalhadores pagarem pela crise, porque não acabar com os privilégios da casta política e reduzir o salário dos políticos a um salário de um professor da rede publica ou taxar as grandes fortunas que os banqueiros e dos grandes empresários?

Ao invés dos trabalhadores e a população pobre pagarem a conta com o aumento da passagem, porque o país deixa de pagar a divida externa e interna? E os trilhões que o governo Federal de Dilma anistiou dos grandes empresários? Não se vê nenhuma linha da Folha de São Paulo questionando os bilhões que foram roubados em casos de corrupção que estão envolvidos o PT e o PSDB no sentido de serem voltados a melhorias para a população. Certamente a Folha não questionara isso, justamente pelo seu caráter pró–patronal e antioperário.

Outro argumento que a Folha utiliza é de que o aumento da tarifa de ônibus e de metrô em São Paulo foi abaixo da inflação e que não fazer esta correção no preço significaria uma perda de 500 milhões para os cofres da prefeitura. Sabemos que no momento de crise econômica, se torna cada vez mais frequente casos de empresários que dão aumento abaixo da inflação, como prova temos o caso dos professores da rede estadual de São Paulo que teve 0% de aumento em 2015.

A Folha de São Paulo pra amenizar o lucro das grandes empresas de transporte coloca em seu texto que a prefeitura subsidia 2 bilhões da passagem que cobra diferentes modalidades do bilhete único e paga a gratuidade de cerca de 20% das viagens de idosos ou estudantes da rede publica. O que ela não revela é que estes benefícios que estes setores da população possuem são quase nada perto do lucro destas grandes empresas.

O caráter da polêmica da Folha contra o movimento que está lutando contra o aumento da passagem se torna claro quando é colocado que tem que lutar contra os cobradores de ônibus para conseguir a redução da passagem, pois se trata de uma profissão desnecessária. Quando ela coloca isso, ela está procurando dividir os manifestantes com os trabalhadores do transporte e fazer com que este setor pague pela crise com demissões e acumulo de trabalho.

É fato que em cidades onde que se retiraram os cobradores, devido as condições precárias do transporte publico os motoristas acabam tendo que enfrentar a dupla jornada onde que os motoristas tem que enfrentar o transito caótico das cidades e cobrar dos passageiros o valor da passagem. A consequência disso é o aumento no numero de acidentes nas ruas e avenidas. Mas para a Folha nada disso importa, pois o que ela quer é fazer com que os cobradores paguem pela crise econômica.

A Folha escreveu esta critica contra o movimento que está nas ruas, pois defende abertamente o lucro dos empresários e banqueiro. É por conta do lucro dos grandes capitalistas é que aumentou o desemprego, retirada de direitos mas também aumenta a tarifa dos transportes. Contra a ganância destes setores é preciso estatizar todo o setor de transporte, gestionados pelos trabalhadores e usuários, a fim de coloca-lo a serviço dos trabalhadores e usuários, pois estes são quem conhece os problemas que as linha de transporte tem e que podem assegurar um direito elementar da maioria da população.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias