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TRIBUNA ABERTA | Remoção de ciclofaixa no Morumbi não passa despercebida pelos ciclistas

sábado 22 de abril de 2017 | Edição do dia

Foto: George Queiroz

Nenhum centímetro de estrutura ciclística a menos. Essa mensagem é muito clara. Existe um plano cicloviário para São Paulo. Ele foi discutido com diversos setores da sociedade e aprovado. Cada bicicleta representa um carro a menos. O que gera qualidade de vida, empoderamento, enfim, diversos benefícios para a sociedade que aqui não caberiam. E isso independe de partido.

Em uma fala pública infeliz o vice prefeito (ora recém eleito) diz que a estrutura cicloviária de São Paulo era como "orégano jogado em pizza". Alguns vereadores eleitos (efetivamente ou tornados vereadores por serem suplentes) endossam de forma irresponsável essa crença.

Eis que no terceiro mês de uma nova gestão municipal uma prefeitura regional decide que irá, de formar clientelista, "remover uma ciclovia". E faz isso da pior forma possível: agindo sorrateiramente, sem passar essa deliberação pela secretaria de transportes, pela CET (responsável única pela sinalização) ou câmaras temáticas, entre outras ações necessárias para esse tipo de obra.

Para agravar a situação, o faz por meio de um orçamento de uma operação chamada de "Tapa Buraco", que é destinada exclusivamente para obras de emergência no pavimento da maior metrópole do hemisfério sul do planeta. Estamos falando especificamente da Prefeitura Regional do Butantã e da ciclovia da Avenida Amarilis e Avenida Dr. Fausto de Almeida Prado, localizadas em região nobre do Estado de São Paulo.

Diante das denúncias, que culminaram em responsabilidades, resolveu a administração voltar atrás e soltar uma "nota à imprensa" dizendo que "tudo não passou de um equívoco". Que as obras eram apenas de melhoria. Que a ciclovia seria refeita.

Não que isso fosse pagar de volta aos contribuintes os 1000 (mil) metros quadrados pagos à empresa responsável de área de buracos inexistentes à população. Mas diante do absurdo que foi feito o mínimo que se esperava era que refizessem logo a ciclovia.

Passado quase um mês sem que nada tivesse sido feito, ciclistas independentes resolveram dar um recado: pintaram bicicletas para lembrar que essa "lambança" (que tem contornos de improbidade e outros ilícitos) tem que ser corrigida. E rapidamente.

Muito espanta o Secretário de Transportes, Senhor Sérgio Avelleda (que é ciclista e parece ter sido "enganado" nessa ação) não ter tomado uma atitude mais enérgica nesse caso. Também é preocupante o fato de que o Prefeito Regional, Senhor Paulo Sapienza, não tenha tido a sabedoria necessária para esclarecer publicamente essa ação.

O que importa é que fica a mensagem (parafraseada do Largo São Francisco em tempos de ditadura): "Quantas ciclovias forem retiradas, tantas recolocaremos". Se em outubro de 1973 foi possível um grupo de estudantes confrontar tudo e todos, que ninguém duvide de que isso será possível no século XXI.




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