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VIOLÊNCIA POLICIAL | Relatos de terror policial e violência no Complexo do Alemão

quarta-feira 8 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Na foto policial invade casa e usa laje como ponto de observação. Em uma casa onde moram duas pessoas com deficiência.

Desde a semana passada, nos morros e favelas do Complexo do Alemão, estão ocorrendo operações da Polícia Militar que estão resultando em intensos tiroteios. Em nome da repressão ao tráfico de drogas, as verdadeiras vítimas se tornam os moradores do complexo, que em sua maioria são trabalhadores negros, crianças, homens e mulheres.

O Esquerda Diário denunciou que crianças foram impedidas de ir às suas escolas devido ao intenso tiroteio, e nessa terça-feira (7), foram relatadas mais denúncias sobre o terror, os abusos e a violação da polícia com os moradores do Alemão.

Segundo a página no facebook da mídia alternativa Ocupa Alemão, o tiroteio dessa terça começou logo na parte da manhã e colocou em risco a vida de trabalhadores que tentavam ir para seu trabalho. Um morador anônimo disse: “a bala voando firme, saí pra trabalhar em baixo de tiro(...) agora é do nada e na hora do trabalho e quando as crianças estão indo pra escola”.

Na mesma página também está relatado um caso gravíssimo de tortura, que teria sido praticada pelos próprios policiais contra um trabalhador e morador do Morro do Cruzeiro. Segundo a denúncia, os policiais queriam saber deste morador onde estavam os traficantes, e para isso usaram dos mais aterrorizantes modos de tortura. Cortaram a orelha dele, o ameaçaram de morte e bateram no trabalhador com armas na cabeça, pescoço e no rosto. Segundo o relato estavam todos encapuzados.

Houve mais casos de abuso também, como a já costumeira invasão de casas de moradores, que os policiais fazem para buscar posições mais favoráveis para trocar tiros, causando pânico nas famílias que veem suas casas sendo invadidas por assassinos e torturadores de farda.

As denúncias feitas pelos moradores não são casos isolados, na verdade são exemplos bem reais e cotidianos da ação da polícia, que escancaram o nível de violência e truculência dessa instituição contra trabalhadores e moradores de favelas e morros. A polícia é inimiga de trabalhador e principalmente do povo negro, grande maioria dos morros e favelas, que são vítimas cotidianas da violência do Estado burguês e de seu braço armado policial.

Em mais de quatro dias de operação “contra o tráfico de drogas”, o que vimos foram apenas casos de desespero dos moradores, uma morte (do jovem de 24 anos Marcos Vinício da Silva Paz Maurício) e abusos. Só os trabalhadores e o povo pobre sofreram com essas operações.




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