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AJUSTES NA USP | Reitoria da USP confirma a terceirização de outro Bandejão

Adriano FavarinMembro do Conselho Diretor de Base do Sintusp

terça-feira 9 de fevereiro de 2016 | 00:00

Dando prosseguimento à política de demissão dos trabalhadores da Universidade de São Paulo, a cúpula da Reitoria anunciou aos trabalhadores do Clube da Universidade (Clube dos Professores) que este seria terceirizado até março desse ano.

A alegação do Superintendente de Assistência Social da USP (SAS), Waldyr Antonio Jorge (que também acumula os cargos de Diretor da Faculdade de Odontologia e de Superintendente do Hospital Universitário da USP), é de que existe “falta de funcionários” no quadro do pessoal do Clube.

Essa alegação é prontamente desmentida pelos próprios trabalhadores do Restaurante que afirmam que o quadro se mantém o mesmo desde o inicio do funcionamento do Clube em 1986, com nove (9) garçons, totalizando vinte e seis (26) funcionários.

Ao mesmo tempo em que a Reitoria argumenta a desmentida falta de funcionários como justificativa para terceirizar, lembramos que foi o próprio Reitor, Marco Antonio Zago, quem abriu um Plano de Incentivo à Demissão Voluntária em 2014; congelou todas as contratações e concursos por tempo indeterminado ao assumir a Reitoria; extinguiu os cargos de garçom, cozinheiro e auxiliar de cozinha em 2015; e tem reestruturado o organograma, os cargos e as funções dentro da Universidade, centralizando e sobrecarregando vários serviços.

Evidentemente que há falta de funcionários em várias unidades da USP, inclusive no próprio Restaurante do Clube em que a mesma quantidade de funcionários atende há 30 anos uma Universidade que cresceu de tamanho. Também é evidente que há falta de verbas para suprir os gastos que a Universidade gera, em especial para sua expansão e garantia da ampliação do acesso e permanência da juventude no ensino superior. Porém, não podemos aceitar esses argumentos vindos da boca daqueles que tem gerido essa Universidade desde o fim da ditadura militar e que são os principais responsáveis pela atual situação da USP. Menos ainda aceitar suas saídas para tal impasse.

As saídas destes que gerem o bem público à serviço dos seus interesses privados têm sido: o fechamento da creche do Hospital Universitário; o fechamento de restaurantes universitários; cancelamento de bolsas e auxílios de permanência para estudantes de baixa renda; ameaças de desvinculação do Hospital Universitário; exclusão da população dos acessos à saúde; terceirização de serviços; demissão de funcionários e sobrecarga de trabalho; elitização do acesso ao ensino; cancelamento de matrículas nas creches da USP; e um longo etc. nesse sentido.

Com essas saídas, os objetivos destes empresários – que se passam por professores, doutores e intelectuais – é garantir a manutenção e ampliação dos recursos públicos que eles dividem entre si, e seguir lucrando e enriquecendo às custas da precarização da educação e da saúde e da privatização e terceirização dos bens públicos e gratuitos. Não é coincidência que toda a camarilha que administra a Reitoria desde o fim da ditadura militar tenha alguma relação (quando não são diretamente proprietários) com as Fundações Privadas, com as empresas de terceirização de obras e serviços, com cursos pagos e pesquisas direcionadas aos interesses das grandes multinacionais.

Não podemos aceitar a terceirização de mais um restaurante universitário, assim como o fechamento de nenhuma creche, o desmonte ou o desvínculo de nenhuma unidade, nem a colocação de pontos eletrônicos. Essas medidas têm como principal intuito a demissão dos funcionários para garantir a manutenção e ampliação dos negócios privados destes professores que são verdadeiros parasitas dentro da Universidade de São Paulo.

Exigimos a manutenção do Restaurante do Clube da Universidade tal qual a manutenção da creche do Hospital Universitário, a manutenção dos cargos excluídos, a contratação de funcionários para atender a demanda e a garantia de condições adequadas para o recebimento de novas crianças nas creches. Queremos também a transparência nos processos de licitação e contratos, o fim das Fundações Privadas e suas relações espúrias com a Universidade pública, repasse maior de verbas do Estado para a educação para serem administradas por um organismo democrático de estudantes, trabalhadores e professores, que só é possível a partir de uma Estatuinte Livre e Soberana!




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