sexta-feira 8 de abril de 2016 | Edição do dia
Após o sucesso de vendas do livro A Revolução e o Negro- textos do trotskismo sobre a Questão Negra, saiu ontem sua primeira reimpressão. O rápido esgotamento da primeira edição sinaliza o espaço que o marxismo revolucionário pode ocupar na análise das relações raciais sob o capitalismo, ao mesmo tempo em que tem muito a oferecer no combate profundo ao racismo.
Embora o texto não trate especificamente do Brasil, esta reimpressão ganha um sentido ainda mais urgente frente à atual crise política do país. Ora, se o racismo se originou das relações capitalistas – sendo a marca do limite de todas as revoluções burguesas, como bem demonstra CLR James em artigo presente no livro – e uma sociedade livre de toda opressão racial não é viável num mundo regido pelas leis da economia capitalista; se entendemos que se trata efetivamente desta realidade, então a busca por uma política revolucionária deve sempre – ainda mais em um país como o Brasil – entender o enfrentamento antirracista como parte orgânica da luta revolucionária. E isso posiciona esta luta no campo oposto ao da burguesia nacional e imperialista.
Com esta reimpressão, nosso esforço é dividir com os ativistas na luta antirracista algumas contribuições fundamentais que o marxismo revolucionário deu ao campo. Se há um “ruído de comunicação” entre o combate ao racismo e o marxismo, a situação econômica, política e social atual exige que se criem pontes e fusões. Afinal, como diz CLR James no artigo que dá nome ao livro: “O que nós como marxistas devemos enxergar é o tremendo papel desempenhado pelos negros na transformação da sociedade ocidental, do feudalismo ao capitalismo. Somente desse ponto de vista correto seremos capazes de valorizar (e nos preparar para) o papel ainda maior que necessariamente desempenharão na transformação do capitalismo ao socialismo.”
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