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CATALUNHA | Rajoy destituí o Governo catalão e convoca eleições adiantadas

Depois da reunião com o Conselho de Ministros, o presidente Mariano Rajoy confirmou a intervenção sobre a Catalunha com a suspensão do governo, a dissolução do Parlamento e a convocatória a eleições.

sexta-feira 27 de outubro de 2017 | Edição do dia

Em uma verdadeira ofensiva do Regime espanhol, Mariano Rajoy confirmou na tarde dessa sexta-feira, 27, que aplicarão a intervenção sobre a Catalunha depois da aprovação do artigo 155 no Senado. Em uma conferência de imprensa, depois de uma reunião com o Conselho de Ministros, Rajoy confirmou o que já havia anunciado durante a manhã no Congresso do Parlamento espanhol, que avançará sobre a autonomia catalã como nunca se havia feito nos últimos 39 anos.

Em uma resolução histórica, e apoiado na reacionária constituição de 1978 que impede o direito à autodeterminação nacional, Rajoy enumerou a forma que pensam intervir sobre a Catalunha: Suspensão de todo o Governo catalão, incluindo o Presidente, Vicepresidente e Coselliers; dissolução do Parlamento catalão e convocatória a eleições autonômicas para o dia 21 de dezembro.

O Conselho de Ministros ordenou também a suspensão dos responsáveis do departamento de Interior do Governo regional, assim como o fechamento das “embaixadas” catalãs no estrangeiro, exceto em Bruxelas.

De acordo com a página web do Executivo regional, Catalunha tem sete delegações de representação no exterior: na Alemanha, França e Suiça, Reino Unido e Irlanda, Áustria, Itália, União Europeia e nos Estados Unidos.

Essas decisões foram aprovadas em um Conselho de Ministros extraordinário, ainda que também se celebrou outro ordinário, em que o Governo pediu ao Tribunal Constitucional espanhol que anule a declaração de independência votada hoje no Parlamento regional da Catalunha.

Antes de terminar sua alocução, Rajoy não se esqueceu de dar os agradecimentos a Pedro Sanchez do PSOE e Albert Rivera de Ciudadanos. Ambos os partidos cerraram fileiras junto a Rajoy e ao rei para que se aprovasse o artigo 155 de intervenção sobre Catalunha e rechaçando qualquer intento soberanista que fosse contra a Constituição de 1978 e do centralismo espanholista. Essa posição foi mostrada tanto no Senado espanhol, como no Parlamento catalão durante a jornada desta sexta-feira, 27. De fato, foi o mesmo Partido Socialista da Catalunha que interpôs um pedido no Tribunal Constitucional espanhol para que deixe sem efeito a constituição de uma república independente, votada durante a manhã no Parlamento.

Ao finalizar o discurso de Rajoy, milhares de pessoas que se concentravam em frente ao edifício da Generalitat, em Barcelona, gritaram consignas a favor da independência e vaiaram o presidente espanhol.

O presidente catalão Carles Puigdemont não se pronunciou sobre o discurso de Rajoy e também não existem indícios de que a coalisão de governo Junts pel Sí tenha elaborado um plano de defesa ante o ataque que o Estado central pensa em descarregar sobre a Catalunha.

Sobre isso, Salvador Lou, da Corrente Revolucionária de Trabalhadores e Trabalhadoras e diretor do Esquerda Diário do Estado espanhol, declarou que “é uma medida que vem com o apoio do Partido Popular, do Partido Socialista (PSOE), de Ciudadanos e do rei, e para a qual o governo de Puigdemont, Junts pel Sí, e inclusive as entidades soberanistas, parecem não estar esboçando nenhum tipo de plano de defesa. O qual demostra que essa república recém proclamada e a aspiração dos catalães a constituir sua própria república e poder abrir um verdadeiro processo constituinte, está nas mãos dos próprios catalães, do povo catalão, da classe trabalhadora, por meio da extensão e fortalecimento da mobilização e da auto-organização. Essa será a única garantia, não somente para se defender do Estado espanhol e do artigo 155, mas também para poder conseguir uma República independente e para poder decidir e discutir que tipo de república tem que ser: se uma república dos capitalistas, uma república muito similar à do regime de 1978 com o que se quer romper, ou se uma república dos trabalhadores, das mulheres e da juventude, uma república operária e socialista”.




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