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REVIDE DA "ALA LAVA JATO" | Quebra de sigilo bancário de Flávio Bolsonaro e Queiroz é nova ameaça da “ala Lava Jato” a Bolsonaro

O morde e assopra entre o autoritarismo da ala Lava Jato – capitaneada por Moro – e a família de reacionários do presidente continua. Em votação do Congresso, o primeiro resultado indica que Moro perderá o controle do COAF pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em uma disputa que vinha se arrastando há semanas, sem que o presidente se posicionasse em defesa do ex-juiz. Após a derrota de Moro, ficou claro que a “ala Lava Jato” do regime já preparava o revide, com a quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro e Queiroz.

terça-feira 14 de maio de 2019 | Edição do dia

Nos últimos meses parecia que o clã Bolsonaro havia conseguido abafar o caso, com o tema esfriando na pauta nacional e a colaboração da lentidão das investigações. Mas as disputas internas do governo parecem ter colocado o caso nos holofotes de novo.

Assessor de Flávio Bolsonaro, suspeito de envolvimento com milícias no RJ, Fabrício Queiroz parece ser um arquivo vivo das relações umbilicais da família Bolsonaro com as milicias cariocas, em um esquema de lavagem de dinheiro que pode envolver financiamento eleitoral e relações com o crime organizado em diversos bairros do RJ. Uma caixa preta da família do presidende, que desde dezembro de 2018 vem sendo noticiada pela imprensa.

Não é nenhum segredo que a autoritária Lava Jato, representada por Sérgio Moro dentro do governo, entra em rota de colisão com o Congresso Nacional em diversos momentos, visto que muitos politicos estão sendo investigados, processados ou mesmo já condenados pela operação. Parte do “cabo de guerra” na reconfiguração do regime político surgido do golpe institucional e de sua continuidade, do qual todos estes atores participaram.

A desvinculação do COAF do Ministério da Justiça e Segurança Pública, aprovada no Congresso semana passada (que ainda precisa ser votada no Senado), é um golpe no projeto de poder da Lava Jato, causando uma reação imediata desses setores. Daí a volta do caso Queiroz aos noticiários, com a quebra do sigilo bancário do ex-assessor, junto a outros 80 ex-assessores de Flávio Bolsonaro e o próprio senador. Uma ameaça da ala de Moro, para dar um recado à família Bolsonaro (e mesmo ao Congresso Nacional).

Nestas disputas não está em jogo o “combate à corrupção” nem a “nova política”, mas sim as disputas de poder e uso demagógico da opinião pública. Não podemos ter ilusão em nenhum desses setores, que atuam por seus interresses proprios e fundamentalmente contra os trabalhadores. Todos eles são a favor dos ajustes e da Reforma da Previdência, um programa de corte de direitos que o “mercado”, representado pelos EUA e os países imperialistas, exigem que o Brasil faça.

É preciso construir outra saída contra o autoritarismo judiciário, o clã bolsonarista e o conjunto do governo. A começar pela greve geral da educação e as manifestações de amanhã (15), contra os cortes na educação e a Reforma da Previdência.




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