Nas últimas semanas temos denunciado a "reestruturação" que a direção da caixa econômica federal junto ao governo do PT pretendem fazer no banco. Que na pratica significa precarizar o trabalho, reduzir salários, transferir pessoas pra outros estados, intensificar a terceirização a salários baixíssimos, etc.
terça-feira 5 de abril de 2016 | Edição do dia
A justificativa seria o corte de gastos e a melhora operacional frente à crise econômica. No entanto, a caixa, assim como todos os bancos, viu seu lucro subir. Bilhões de lucro líquido, mas esse dinheiro não volta pra população, pra melhorar o atendimento ao público, para investir seriamente em melhoras sociais. Ao contrário querem piorar, cortando funcionários, sequer com contratação de novos.
Em meio à crise política, na semana passada quando o PMDB saiu do governo, Dilma exonerou o vice presidente Roberto Derziê de Santanna, ligado a Michel Temer. E vem mais por aí, pois esse é um cargo político assim como muitos outros na CAIXA, e muitos deles estão ligados ao PMDB. Mas quem vem para o lugar?
Os bancos públicos e principalmente a CAIXA, cumprem um papel importantíssimo no país, financiam obras de infraestutura, saneamento, habitação, administra o FGTS, o pagamento de benefícios sociais, etc. O corpo dirigente dos bancos públicos não pode ser moeda de troca para as negociatas do governo federal, nem desse, pra tentar se safar do impeachment concedendo cargos em troca de apoio de partidos, nem de qualquer outro governo que utilize esses cargos para conformar sua "governabilidade".
Esses postos devem ser ocupados por representantes eleitos pelos trabalhadores do banco, com eleições diretas, onde se debatem iniciativas que sigam um curso de interesses da população, e não para encher os bolsos desses políticos corruptos.
Por outro lado devemos dizer não a esse tipo de cargo tal como ele é, com uma série de privilégios. Devemos exigir desde já a redução dos salários absurdos de todos esses cargos bem como o corte de toda estrutura que os acompanha. Veremos dessa forma como o dinheiro da empresa é gasto de forma irresponsável e corrupta quando deveria estar sendo aplicado para melhor atender a população, com agências e áreas internas com um número de funcionários decente.
Esse deve ser nosso programa de "reestruturação" da CAIXA, contra a precarização e o arrocho. No entanto até o momento os burocratas da CUT E CTB que dirigem os principais sindicatos do país não moveram uma palha seriamente contra isso. Não chamaram sequer uma assembleia para discutir o assunto. Em São Paulo não levaram os bancários para nossa quadra pra fazer uma assembleia e discutir os ataques do governo e dos banqueiros, mas em questão de horas encheu essa mesma quadra de militantes do PT pra defender o governo num ato político.
Nesse momento de efervescência política os bancários precisam responder à altura e buscar também uma saída independente dos trabalhadores. Precisamos levar à frente essa luta contra os ataques que estamos recebendo, transformando ela numa luta política dentro do banco, para que ele esteja a serviço da classe trabalhadora, e não aos grandes monopólios e políticos corruptos dos partidos que representam os ricos.
A "reestruturação" que queremos na CAIXA é a que coloca esse banco a serviço dos trabalhadores. Isso passa por democratizar sua estrutura de poder, impedindo que os rumos do banco sejam moeda de troca entre os partidos desse sistema podre.
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