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PRIMEIRO DIA – CURSO DE VERÃO | “Que o internacionalismo militante seja uma prática permanente”

O encerramento da primeira jornada do curso de verão internacionalista realizou uma conversa-debate sobre o internacionalismo e a Quarta Internacional, o partido mundial da revolução socialista.

segunda-feira 18 de julho de 2016 | Edição do dia

Os encarregados pela atividade foram Juan Chingo da Corrente Comunista Revolucionária (CCR) do Novo Partido Anticapitalista (NPA) da França e Stefan Schneider da Organização Revolucionária Internacionalista (RIO) da Alemanha.

Juan Chingo faz um introdução sobre os fundamentos do internacionalismo na época atual, começando pela cada vez maior globalização da economia capitalista.

“O sistema está cada vez mais capitalista e globalizado”, ressaltou, historicizando brevemente as diferentes fases do capitalismo na época imperialista e a crescente internacionalização da produção capitalista nas últimas décadas.

O que mostra que “a ideia do socialismo em um só país é uma estupidez ou uma total ilusão”, disse ele.

Chingo explicou que “historicamente, a burguesia resolveu de forma completamente reacionária a contradição entre os estados nacionais e o desenvolvimento das forças produtivas, com os massacres imperialistas”.

Por outro lado, Chingo ressaltou que “a União Europeia foi uma tentativa da burguesia de resolver essa contradição” procurando um mercado mais amplo e uma nova posição da divisão internacional do trabalho.

Finalmente, destacou a grande contradição da atualidade, onde a burguesia imperialista europeia fez-se aparentemente “internacionalista” defendendo a reacionária União Europeia, enquanto grandes setores da classe trabalhadora votam em partidos nacionalistas de direita que propõem o retorno a um Estado nação.

Por isso, mais que nunca “temos que reconstruir o internacionalismo proletário”, mostrando aos trabalhadores o caráter reacionário das fronteiras nacionais.

“Se o socialismo em um só pais era uma ilusão, o retorno a um capitalismo nacional é um total contra-senso”, ressaltou, em polêmica com setores da esquerda europeia, tanto aqueles que defendem a democratização da União Europeia quanto os que propõem um “lexit” (acrônimo de “esquerda” e “saída” em inglês), uma saída da UE e o retorno a um Estado nação como uma etapa “progressiva”.

O segundo fundamento do internacionalismo, disse Chingo, é que “se existe uma economia mundial, também existe uma luta de classes mundial”. O proletariado alemão tem interesses comuns com o proletariado turco e o povo Curdo. Finalmente concluiu que “não existe revolucionários em escala nacional”, trata-se de “um combate a escala internacional” e uma prática política que deve ser levada adiante cada vez mais intensamente nos lugares de trabalho e de estudo.

Depois, foi a vez de Stefan Schneider, que abordou a questão de quais são as tarefas dos militantes internacionalistas nos dias de hoje.
“O internacionalismo não é apenas a inserção de ações de solidariedade internacional”, mas sim também, e fundamentalmente, “a construção de uma organização revolucionária mundial – destacou Schneider.

Frente a crise da UE que provocou um auge na xenofobia, no racismo e no fortalecimento das fronteiras nacionais, o internacionalismo torna-se uma necessidade. “Dizem que é utópica a consigna dos revolucionários em abrir fronteiras, mas utópico é acreditar ser possível tirar algo bom do retorno dos Estados nações”.

Schneider evidencia a questão estratégica de que a perspectiva de luta pelos Estados Socialistas Unidos da Europa se insere no terreno da luta por governos operários e pela destruição do Estado capitalista, contra as estratégias neo-reformistas europeias.

E argumentou que a luta pela construção de um partido mundial da revolução socialista, a Quarta Internacional, não é uma proclamação abstrata, mas sim uma construção coletiva com base em um programa e uma estratégia comum.

Nós, os grupos que integram a Fração Trotskista-Quarta Internacional, propulsores da Rede Internacional Esquerda Diário, “buscamos levar nossas ideias a milhares de leitores em todo o mundo, confluindo com milhares de jovens e trabalhadores que querem denunciar a exploração, a precarização, o racismo, a xenofobia e que simpatizam com uma perspectiva anticapitalista”, concluiu.

O debate continuou com perguntas e intervenções dos presentes, que contaram suas experiências de solidariedade internacional nos últimos meses, durante a luta contra a reforma trabalhista na França, ou as marchas europeias em solidariedade aos professores de Oaxaca, no México. Uma amostra de que o internacionalismo militante começa a ser guiado pelas mãos de jovens e trabalhadores de todo o mundo.

Tradução do espanhol: Cassius Vinicius




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