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A polícia de Bangladesh deteve na quinta quatro pessoas em Dacca por desfilar com cores do arco-íris para promover a diversidade sexual em meio às celebrações de ano novo.

sábado 16 de abril de 2016 | Edição do dia

“Os indivíduos são suspeitos e serão interrogados”, disse Abul Kalam Azad, inspetor de operações da comissão do bairro de Shahbag, bairro central da capital bengalesa, onde aconteceram as detenções.

Os detidos integram o coletivo Roopbaan, defensor dos direitos da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) de Bangladesh, que convocou há semanas, através da rede social Facebook, um desfile em prol da “diversidade” com enfeites de arco-íris, iniciativa que realizaram em 2014 e 2015 nesse país de maioria muçulmana.

As autoridades policiais, contudo, comunicaram na noite de quarta que a permissão para organizar o evento nesse ano foi negaso “por motivos de segurança”, explicou à Efe um membro de Roopbaan sob anonimato.

“Nos disseram que poderíamos por em perigo a vida de pessoas”, disse a fonte, que adicionou que, nos últimos dias, mensagens com ameaças de morte chegaram no seu Facebook.

O coletivo deixou em uma garagem as faixas grandes com flores de papel com as cores do arco-íris que previram usar, ainda que alguns integrantes se uniram à marcha geral para receber o ano de 1423 do calendário bengalês junto a milhares de pessoas portando individualmente pequenas flores e vestidos.

“Quando perguntamos se conheciam um ao outro, nos disseram que não se conheciam, mas, através de dados colhidos no Facebook, sabemos que são amigos”, disse o inspetor Azad para justificar a detenção. O inspetor não precisou que crimes podem ser apresentados contra os detidos.

Em Bangladesh, a homossexualidade está estipulada como delito e a seção 377 do código penal contempla penas de até prisão perpétua, e ainda, na prática, as demandas não são levadas à frente nos tribunais, a comunidade sofre contínuos casos de discriminação.

Como aconteceu na Feira do Livro de Dacca em fevereiro, a polícia dispôes fortes medidas de segurança dessa vez para as celebrações do ano novo bengalês, como torretas, um grande aparato de efetivos e proibiu levar máscaras e organizar manifestações ao ar livre depois do entardecer.

Em 2015, Bangladesh experimentou uma série de atentados contra membros de minorias religiosas, estrangeiros e pensadores seculares, uma violência contínua nos primeiros meses de 2016. A polícia utiliza do medo de novos atentados para proibir as manifestações pela diversidade sexual, encorajando a homofobia.




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