terça-feira 11 de abril de 2017 | Edição do dia
Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) decretaram de forma cautelar, por um ano, a indisponibilidade de bens das empresas e dos consórcios apontados como responsáveis pelo superfaturamento em obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo a Corte de contas, o prejuízo pode ultrapassar R$ 544 milhões. A decisão foi tomada na sessão de quarta-feira passada, 5.
Segundo delações de executivos da Andrade Gutierrez, o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), teria também recebido propinas mensais das empreiteiras que firmaram contratos com o governo estadual. Além de obras do PAC das Favelas e a reforma do Maracanã, as obras do Comperj estão entre as investigadas por desvios destinados a Cabral, e aponta o pagamento de R$ 2,7 milhões ao ex-governador.
Entre as falhas, segundo o TCU, estão a contratação direta irregular, por dispensa de licitação, e a adoção de regime contratual inadequado ou antieconômico. Por ter firmado acordo de delação premiada com a Lava Jato, a Andrade Gutierrez, que está entre as nove empresas consideradas "responsáveis" pelos contratos, não é atingida pelo bloqueio de bens, segundo a Corte de contas.
Cabral, que tem muito mais crimes do que a Lava Jato quer investigar, e que está sendo denunciado por envolvimento em 184 crimes de lavagem de dinheiro, é mais um entre muitos outros políticos que fazem carreira política mergulhados em centenas de casos de corrupção, junto a empresários que financiam seus esquemas legais e ilegais, para que continuem garantindo seus lucros milionários enquanto atacam os trabalhadores e o povo pobre.
A crise na Petrobras e em especial no COMPERJ foi usada pelas empreiteiras e pela Petrobras para colocar milhares de trabalhadores na rua. Enquanto festinhas em Paris estavam garantidas esse era o destino dos trabalhadores. Feita alguma delação Cabral e outros, se seguirem o destino da Lava Jato de Curitiba logo gozarão de sua "pena" em suas mansões aproveitando da parte que o judiciário decretar que é "legitima" de suas fortunas.
