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PRONATEC | Pronatec: de promessa eleitoral à realidade do “ajuste” Dilma-Levy

Val LisboaRio de Janeiro

terça-feira 31 de março de 2015 | 00:01

Na campanha eleitoral a candidata Dilma Rousseff afirma “ter orgulho do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)”, destacando que “a qualificação profissional e a educação são formas de saída da pobreza e do analfabetismo”. Isso foi em agosto passado, início da corrida por votos. Nesse momento a candidata prometia “mais 12 milhões de matrículas asseguradas até 2018”.

Agora, depois da posse, a verdade vem à tona. Ou melhor, as mentiras de Dilma e do PT vêm à tona. Várias escolas conveniadas no Pronatec acusam a presidente e seu ministro Levy “mãos de tesoura” (especialista em corte de verbas sociais) por não repassar os recursos referentes às aulas de novembro, dezembro e janeiro.

Como consequência, escolas técnicas suspendem aulas e demitem professores. Notícia na Folha de S. Paulo informa que os colégios Augustus (MG) e Futura (PR) suspenderam as aulas, à espera da normalização dos pagamentos, e os institutos federais de Minas Gerais e o de Farroupilha (RS) também chegaram a suspender as atividades, mas já retornaram, após pagamento de parte do atrasado. No Rio Grande do Sul, os colégios Factum e Cristo Redentor demitiram 10% dos professores, e no Senac, 35 docentes.

Mudanças no Pronatec são previstas, como medida do “ajuste” do governo federal. Especula-se que uma alteração seria a cobrança de parte do curso aos alunos não beneficiados por programas assistenciais como Bolsa Família. Dados oficiais atestam que das 8 milhões de vagas do programa, 1,4 milhão se destinam aos estudantes beneficiados por esse benefício. Seria o fim da gratuidade para mais de 6 milhões de estudantes, justo num ano em que se combinarão inflação alta, aumento do desemprego, perdas salariais e de renda. Pode-se prever uma escandalosa evasão de alunos do Pronatec por pura falta de condições de assumir os custos, além do fechamento de vagas nas escolas.

Se durante a campanha eleitoral o PT utilizava o Pronatec para vender a candidata Dilma como “candidata da Juventude”, agora conhecemos a presidente reeleita atacando o direito à formação e qualificação técnica de milhões de jovens. Quando parcela desses milhões de jovens decidirem ir às ruas cobrar a presidente, talvez ela e o PT “compreendam” que o descontentamento social com seu governo não se resume aos eleitores de “direita”.

Essa força da juventude estudantil e trabalhadora precisa ser organizada em grêmios estudantis e entidades regionais e nacional para canalizar a bronca contra a destruição da educação pública, exigindo mais vagas, gratuidade total dos estudos, incluindo os técnicos, bolsas para manter os alunos, limitação da jornada de trabalho a 5 horas diárias para todos os estudantes, expansão dos cursos, contratação de professores etc.


Foto: Morguefile.com




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