Indignados, estudantes do curso de medicina da UFRN denunciam proposta da universidade de ministrar aulas com conteúdo religioso como parte da grade curricular.
quarta-feira 8 de dezembro de 2021 | Edição do dia
Foto: Reprodução
Como expressão de um governo negacionista e inimigo da ciência, o curso de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi autorizado a implementar em sua grade curricular de ensino uma atividade extracurricular que se propõe a trabalhar conteúdo para a “Construção do Reino de Deus”.
As aulas, que para além de serem absurdas, são inconstitucionais, serão ministradas pelo professor de medicina Francisco das Chagas Rodrigues, sob a responsabilidade do Departamento de Medicina Clínica (DMC) do Centro de Ciências da Saúde (CCS).
Os estudantes já manifestaram sua indignação nas redes sociais com o argumento de que o estado deve ser laico, portanto, inadmissível que uma universidade federal se coloque à serviço do fundamentalismo religioso propagado por um setor da sociedade que cada vez mais vem ampliando sua influência através de mecanismos institucionais.
Em uma postagem de um estudante a respeito da proposta absurda de ensino religioso em um curso de medicina, ele coloca:
“É bem controverso uma instituição que se diz laica promover um curso na área médica amparado em premissas religiosas. Independente de qual religião seja, penso que não é espaço para isso. Além disso, a argumentação que “justifica” o projeto é fraca, fundamentada em achismos, sem nenhum respaldo minimamente científico”.
E o questionamento por parte dos estudantes segue:
“Isso é sério? A UFRN está virando uma igreja neopentecostal?”.
“Num curso de Teologia, eu já teria achado precária a justificativa (da disciplina), mas em um curso de medicina?”.
Confira nossa seção destinada aos debates relacionados às Universidades Federais.
Pode interessar: 25,7% de jovens desempregados: por uma juventude que faça os capitalistas pagarem pela crise
