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13A | Professores SP: uma só luta contra a Reforma e os ataques à Educação

As bandeiras da juventude e da classe trabalhadora que historicamente mantivemos hasteadas em nossas lutas são agora nosso maior desafio de manter em pé, as massivas manifestações dos estudantes que em maio e junho deste ano pararam tudo em defesa da educação pública que querem destruir são o fôlego mais potente para nos apoiarmos e termos condições de reagir. É o momento de travar uma só luta que ameace os planos de ataques à educação e da implementação da Reforma da Previdência e que também mostre que não arredamos pé de nossas liberdades democráticas, somos educadores e trabalhadores e à nós não falta história e nem memória, por isso resistiremos.

segunda-feira 12 de agosto de 2019 | Edição do dia

Pensar o conteúdo do que é ser professor e professora hoje, é refletir a trajetória de uma categoria que historicamente luta todos os dias, seja através das greves, batalhas econômicas e sindicais; seja contra a miséria que assola os filhos da nossa classe trabalhadora, que escolhemos, junto aos seus pais ou frente a ausência deles, também educar; é lidar com a desestruturação da Escola e confrontar os nossos sonhos com as contradições dessa instituição - que assim como todas as outras nessa frágil democracia reflete a crise desse sistema, crise essa que não fomos nós que criamos mas que insistem em tentar nos fazer pagar.

Aproximando mais ainda da nossa realidade, pensar o que é ser professor e professora, é se lembrar dos 33 dias de greve e de um processo que teve início em 2015 e ver ainda assim aprovado o SAMPAPREV; é amargar a possível aprovação da Reforma da Previdência agora no Senado e ver cada vez mais distante a tão sonhada aposentadoria; e de forma nunca antes vista, viver e trabalhar num país cujo Governo cotidianamente ataca a Educação e nós educadores, e que quer convencer a sociedade a nos atacar também. Mas o que ninguém diz é que o que motiva tantos ataques é também o medo que eles têm de nós…

Educar os filhos da classe trabalhadora, ainda que com as parcas condições que o Estado nos dá para isso, é também forjar um elo com um gigante que eles têm medo de ver questioná-los. Dividimos parte significativa de nossas vidas com crianças e jovens que estão em meio a uma profunda mudança no modo de vida - o que acompanha o desenvolvimento histórico e geracional, e ao reconhecemos suas demandas tentamos de forma sensível responder à elas, isso que chamamos de reconhecimento e de direitos, eles chamam de doutrinação. E mais do que isso, estamos profundamente ligados também às suas famílias, vendo na realidade como é o Brasil de 13 milhões de desempregados, do trabalho precário, da terceirização e de um miséria que tira o sono e os sonhos.

Por tudo isso, quando nos colocamos em luta rompemos a barreira do corporativismo e todas essas reivindicações ganham corpo também na voz do professor, não lutamos só por nossas condições de trabalho, lutamos pelo futuro da juventude e de toda uma classe, da qual somos parte indissociável, a classe trabalhadora. E foi enquanto tribunos do nosso povo que viemos enfrentando o Golpe Institucional, as eleições mais manipuladas da história e dia após dia os ataques desferidos contra nós, aos nossos alunos e suas famílias.

No dia 13 de agosto vários atos estão sendo convocados pelo país em protesto ao tenebroso projeto Future-se e contra a Reforma da Previdência que já está em sua fase de votação no Senado. Porém, a UNE vem chamando de 3º grande ato em defesa da Educação, ao passo que CUT chama de Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência. Embora a CNTE, filiada à CUT, agregue a pauta da defesa da educação em seu chamado, o que claramente se expressa é a não unificação programática das lutas. E isso não se expressa apenas nas consignas, mas principalmente na própria construção dos atos, sem chamados de assembléias nos locais de trabalho e estudo, por exemplo, o que impede que os trabalhadores e a juventude tomem essas lutas em suas mãos. Os atos do dia 13 não são parte de um Plano de Lutas sério e unificado, o que seria a única forma de barrar os ataques. Enquanto as burocracias estudantis e trabalhistas não constroem um plano de lutas sério, há um plano muito bem arquitetado para destruir nossos mínimos direitos, juntando as reformas trabalhistas, da previdência e os ataques contra a educação, fazendo os trabalhadores serem ainda mais explorados e relegando a juventude aos trabalhos cada vez mais precários, péssima educação e a trabalhar até morrer. Um plano perfeito para nos fazer pagar a conta da crise. Erros cometidos nas jornadas de 15 e 30 de maio e na Greve Geral de 14 de junho sendo novamente cometidos.

Nós do Movimento Nossa Classe, em diversas categorias como trabalhadores da educação, metroviários e aeroviários, viemos batalhando por uma política anti-burocrática, exigindo desde as mobilizações de 15 e 30 de maio uma unificação entre a juventude e a classe trabalhadora, unindo como uma só luta a batalha contra a Reforma da Previdência e contra os ataques na educação. Além de atuarmos em diferentes categorias, fazemos parte do portal de mídia independente Esquerda Diário, que diariamente se coloca à serviço da classe trabalhadora e dos estudantes. E em particular no município de São Paulo, o Movimento Nossa Classe Educação denuncia o papel que direção do SINPEEM, na figura de Cláudio Fonseca, vem cumprindo, conduzindo-nos à derrota. Claudio Fonseca, vereador na cidade pelo PPS, partido que votou à favor da Reforma, esse ataque que ele cinicamente diz ser contra, mas que na prática impede a construção da nossa luta à partir da base, já que sequer convocou uma assembléia para o dia 13 e, além do mais, como ser contra a Reforma e base-aliada do governo Bolsonaro ao mesmo tempo?

As bandeiras da juventude e da classe trabalhadora que historicamente mantivemos hasteadas em nossas lutas são agora nosso maior desafio de manter em pé, as massivas manifestações dos estudantes que em maio e junho deste ano pararam tudo em defesa da educação pública que querem destruir são o fôlego mais potente para nos apoiarmos e termos condições de reagir. É o momento de travar uma só luta que ameace os planos de ataques à educação e da implementação da Reforma da Previdência e que também mostre que não arredamos pé de nossas liberdades democráticas, somos educadores e trabalhadores e à nós não falta história e nem memória, por isso resistiremos.

Uma só luta, esse é o caminho da vitória!

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