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SUCATEAMENTO DA EDUCAÇÃO | Professores de SP: Sem Bônus nem aumento

Aumento de 2,5% proposto pelo governo é uma afronta frente ao cenário de arrocho salarial da categoria que não tem aumento real desde 2014. Enquanto APEOESP parece estar mais preocupada em fazer a defesa do petismo do que dos professores.

segunda-feira 28 de março de 2016 | Edição do dia

Na tarde dessa segunda-feira, 28 de março, recebemos a notícia de que em reunião o Secretário Estadual de Educação, José Renato Nalini apresentou a APEOESP uma proposta que é, no mínimo, um escárnio com a categoria.

Depois de dois anos sem reajuste, o excelentíssimo secretário apresentou uma proposta de não pagamento do bônus e incorporação do valor de R$ 500 milhões que equivale a metade do valor gasto pelo governo com o bônus em 2015, o que significaria cerca de 2.5% de reajuste aos salários.

Ou seja, Alckmin e seu atual menino de recados, na prática, não paga o bônus e não dá reajuste o salário! Vale lembrar que somente a inflação de 2015 e as previsões para 2016, somam, na melhor das hipóteses 15%, isto é, os minguados 2,5% não dão nem pra começar. Somos contra o bônus e sempre seremos contra qualquer política de cunho meritocrático, nesse sentido sempre fomos contra essa forma de pagamento, onde se beneficia uns, para prejudicar muitos.

Dito isso, queremos deixar claro que a proposta apresentada na reunião de hoje, para nada é um avanço, ao contrário, o governo retira o bônus e nada oferece em troca. Se o governo quer ser minimamente respeitoso com a categoria (o que durante todos os anos de tucanato nunca foi), que reajuste os salários corroídos pela inflação galopante e que, posterior a isso, incorpore ao bônus. Qualquer coisa ao contrario disso, é um canto de sereia que só pode atrair o desavisados e incautos.

APEOESP UMA VERGONHA ATRAS DA OUTRA

Se o governo tem uma postura tão desrespeitosa, em parte, a direção majoritária de nosso sindicato é responsável por essa situação, colocando a categoria em uma posição totalmente humilhante.

Desde o início do ano, nosso sindicato nada fez a não ser defender o Governo Dilma, gastando milhões em marchas e ações, sem nenhum controle da base de nosso sindicato sobre isso. Ao mesmo tempo em que não mobilizou nada em defesa da categoria contra os ataques de "seu" governo Dilma, como por exemplo a Medida Provisória do Ministro da Economia Nelson Barbosa que proibe os estados e municípios de darem aumentos de salários e inclusive autoriza a demissão de servidores públicos.

De nossa parte estamos totalmente contra o impeachment de Dilma, não porque apoiamos esse governo, que como temos gasto rios de tintas afirmando, é um governo de ataque ao trabalhadores.

Somos contra porque não acreditamos nesse instrumento antidemocrático que é o impeachment, muito menos realizado por um dos congressos mais corruptos, e por um judiciário que não respeita minimante as liberdades democráticas.

A APEOESP não está disposta a lutar consequentemente nem contra o impeachment, nem por nossos salários e condições de empregos. Somente interessa a essa carcomida e desgraçada burocracia, que vive dos nossos salários, defender seus mesquinhos interesses, isto é, seus pomposos salários, muito superior a de qualquer professor e seu governo que ataca os trabalhadores.

É preciso, uma vez por todas, superar essa burocracia que a cada dia enterra nossas conquistas e nosso futuro. Precisamos para defender nossas condições de vida, um grande movimento que se espelhe no que fizeram os secundaristas ano passado, que una estudantes, pais e professores em defesa da escola pública, o que significa também salários dignos.

Para isso convocamos o conjunto da categoria dos professores da rede estadual de São Paulo que estejam presente em peso na assembléia do dia 08 de abril, convocada pela APEOESP, para que juntos possamos discutir e aprovar um plano de luta que arranque nossas reivindicações.

Como temos insistido uma e outras vezes, precisamos construir uma nova pratica sindical, basta de assembléias comícios, onde só falam os figurões tanto da direção majoritária como das diversas correntes de oposição. Para vencer é preciso que a base tenha voz e possa se expressar livremente.

Por sua vez para lutar contra a direita, que insistimos, foi sócia de todos os governos Petistas, é preciso colocar de pé um movimento que questione o conjunto dessa falsa democracia dos ricos. Assim é mais que necessário uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana, eleita em distrito único nacional, onde funcione de forma unicameral ( sem o Senado) onde exista direito de candidaturas avulsas, e onde todos os constituintes ganhem o mesmo que uma professora. Uma assembléia que passe a limpo todo o país.




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