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PROFESSORES DE SP | Professores contam como foi o segundo dia de caos na atribuição de aulas no estado de SP

segunda-feira 27 de janeiro de 2020 | Edição do dia

No segundo dia de atribuição de aulas no estado de São Paulo, na última sexta (24) professoras e professores “categorias o” são novamente tratados com desrespeito e muitos ainda não conseguiram garantir seu emprego para 2020. Sobre o primeiro dia de atribuição, veja aqui neste link.

O problema do caos nas pontuações e classificação dos professores se repetiu e mais uma vez tanto as Diretorias de Ensino como também a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) fazem pouco caso da vida de milhares de pessoas e cancelam mais um dia de atribuição.

Foi mais um dia em vão para muitos que esperam garantir suas aulas e turmas nesse ano que inicia e que agora voltam para casa sem ter uma perspectiva concreta de onde e quando irá trabalhar.

O Esquerda Diário esteve presente nas atribuições e entrevistou professores da rede. Acompanhe abaixo os depoimentos.

Professora de História da Zona Leste: Hoje pelo segundo dia seguido estive presente na Diretoria de Ensino da Leste 5 onde estão ocorrendo as atribuições. Ontem foi inviável a atribuição.

A diretoria de ensino estava insistindo, queria manter a atribuição, no entanto, os professores, quase todos que estavam presentes estavam com problemas de pontuação. Ficou num nível muito inviável para que seguisse essa atribuição e eles tiveram que suspender e remarcaram para hoje as 11 horas da manhã.
Hoje estive aqui presente novamente e seguiu um caos. Eles não respeitam nenhuma pontualidade, as condições desses professores. Começam a atribuir depois de duas horas que eles marcam e seguem tendo que arrumar a pontuação que feita automaticamente pela Seduc se provou totalmente incompetente e irresponsável com a pontuação dos professores.

Professor de Ensino Fundamental I da Centro Oeste: Sou professor “categoria o” de educação básica dos anos iniciais e acabou de suspender aqui a atribuição de aulas na Diretoria Centro Oeste. Mais um absurdo no segundo dia de atribuição dos professores “categoria o” que desde o ano passado tivemos problemas na inscrição porque a Secretaria do Estado (Seduc) não habilitava as inscrições dos professores contratados. E quando abriu a inscrição ela não se efetivava, não aparecia pontuação pois estava zerada. No meu caso tive que fazer um recurso quase no natal, dia 22 de dezembro, pra tentar acertar a pontuação.

No início de janeiro a pontuação não tinha sido resolvida ainda, enviei e-mail e liguei pra escola pedindo auxilio pra resolver essa questão da pontuação e enfim foi resolvido o meu caso. Porém, na atribuição desse ano, como todas as atribuições são sempre caóticas e desrespeitosas esse ano teve um grau bem a mais que prejudica demais os professores, toda a população, o início das aulas e é isso que os governos tem pra oferecer.

Rossiele Soares: João Doria tem feito esse desmonte na educação pública básica inclusive com diversos ataques que vem acontecendo. Agora suspenderam então a atribuição novamente, retomam aqui na diretoria centro oeste só na segunda-feira e não se sabe exatamente como e se irá ser efetivada.

Em todas os processos de atribuição de aulas que o Esquerda Diário esteve presente nesses dois dias foi possível observar e sentir que professoras e professores não aceitam esse desmonte absurdo que ocorre na rede estadual de ensino de SP capitaneada por Rossiele Soares e João Doria.

Desde as conversas pelas escolas amontoadas de professores, gritos de revolta, enfrentamentos com supervisão e dirigentes de ensino (que são aqueles que representam o governo) pode-se observar disposição de luta e descontentamento com a miséria que se encontra as condições do trabalho docente bem como a péssima qualidade do ensino dada a total precarização das escolas.

Vimos nesse primeiro ano de governo Bolsonaro que os professores e a educação não são prioridades de investimentos e valorização, mas pelo contrário são alvos de ataques absurdos. Em São Paulo não seria diferente e o que estamos vendo agora é só mais uma amostra do que esses governos planejam para a educação. Por isso, é necessário fortalecer a organização de base em cada escola, criando iniciativas de aliança com a população em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos. Também é necessário exigir da direção majoritária do nosso sindicato, APEOESP, que organizem de fato a categoria pra luta e parem de negociar nas nossas costas. Mobilização se constrói com organismos de base com a mais ampla democracia.

Saiba também: Neste 24 de janeiro será apresentada a lei de reforma das previdências no Conselho de Ministros do governo francês. Nova jornada nacional de mobilizações, no 51º dia da greve geral do transporte




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