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TRIBUNA ABERTA | Professora contratada há 20 anos denuncia precarização da educação de São Paulo pelo PSDB

terça-feira 15 de agosto de 2017 | Edição do dia

Publicamos denuncia enviada ao Esquerda Diário, contribuição da professora Marcia Rios, que é categoria O do Estado de São Paulo.

A precariedade nas escolas tem sigla partidária

Há mais de 20 anos no governo estadual, tem precarizado ano após ano o ensino básico.

Fechamento de salas, redução do número de funcionários da limpeza e merenda e também a contratação de professores por contrato temporário. O Estado por sua vez, parte de uma premissa neoliberal e cruel. “temos que cortar gastos”. Encara-se a educação como custo e não como investimento e assim abre-se caminho para a transformação de direitos fundamentais da população para que os mesmos sejam transformados em produtos como se fossem gôndolas de supermercado. Uma das caras desta logica cruel, é as condições de trabalho dos professores categoria O.

Sem concurso e sem estabilidade, tais profissionais muitas vezes se submetem a assédios morais e constrangimentos pelo fato de se enquadrarem numa categoria inferior às demais. Vale ressaltar que, diante da defasagem de profissionais da educação, tais professores cumprem papel importante no suprimento desta demanda. Basta um olhar sensível e critico a esta triste realidade. Como se não bastasse, estes profissionais tem que encarar a tal da duzentena que consiste no fato de, após 3 anos de prestação de serviços tem que permanecer 180 dias afastados. Assim, não cria-se vinculo empregatício no sentido de não gerar encargos trabalhistas aos cofres do Estado. Muitos inclusive, após esse período nem voltam mais à rede de ensino. O Nome disso? Precarização. Infelizmente a própria classe se apresenta fragmentada e despolitizada. Sem consciência de classe.

Ao abrir cadastro para outros profissionais entrarem na rede, o governo tucano coloca uma carta na manga para contrapor o sindicato que certamente fará alguma manifestação, ou não.

Trocando em miúdos, se tem um contingente de profissionais que aceitam as condições de trabalho proposta pelo Estado, certamente que o papel do sindicato acaba sendo um pequeno curativo numa grande ferida. Ou até menos que isso.
Caro e raro leitor, trabalho na estado como categoria O há 20 anos, isto é, quase o mesmo tempo em que o PSDB está no governo. É preciso construir uma alternativa com a nossa classe. independentemente da categoria em que o estado, danosamente nos classificou. Essa alternativa pressupõe luta, engajamento político e o mais desafiador, formar a consciência de nossa classe.

Professora Marcia Rios.




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