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PRIVATIZAÇÃO | Privatizar a água na pandemia é crime. A CEDAE é do povo!

Bolsonaro vai hoje a Bolsa de Valores acompanhar o crime de vender nossa água no meio da pandemia. Pezão, Witzel e agora Castro, todos a mando do capital financeiro, querem impor goela abaixo esse ataque justamente no momento em que a população mais necessita desse bem essencial.

sexta-feira 30 de abril de 2021 | Edição do dia

O Leilão da CEDAE que ocorrerá nesta sexta-feira (30), após batalha judicial, às 14h30, na B3, em São Paulo marca o quanto Bolsonaro e os capitalistas não estão se importando com as 400 mil vidas perdidas na pandemia. A venda de uma empresa de água e saneamento nesse contexto significará uma diminuição ainda maior da qualidade e dos serviços ofertados para a população pobre e negra que mais sofre com a pandemia e a carência de saneamento básico.

O investimento per capita realizado pela CEDAE obteve a sua mínima histórica desde 2001 entre 2017 e 2018, justamente após a votação da privatização pela Alerj (1). A falta de investimento no Guandu, mesmo com um lucro histórico da empresa, gerou a água infectada por geosmina e a falta d’água em diversos municípios e bairros do Rio. Empresários e governantes sucatearam a empresa para forçar a privatização e isso foi ainda mais criminoso no contexto de pandemia, em que a população depende ainda mais da água de qualidade para a higiene pessoal.

Qual será o destino das cidades e bairros com menor taxa de lucro ao investidor? Uma prova é que onde já ocorreu a privatização os serviços não melhoraram e muitos processos de reestatização já ocorreram, com 78 casos de retomada do saneamento pelo poder público no Brasil.

Além disso, a venda da CEDAE colocará nossa água nas mãos de algumas empresas imperialistas que querem lucrar com um direito. Em estudo realizado pelo Instituto Mais Democracia, demonstrou que enquanto a tarifa média de empresas estatais do saneamento subiu de R$ 1,34 centavos em 2003 para R$ 3,20 em 2015, as empresas privatizadas tiveram um encarecimento maior passando de R$ 1,42 em 2003 para R$ 3,43 em 2015. Isso tem grandes chances de se aplicar também para a CEDAE no Rio de Janeiro.

A tarifa mais cara, nossa agua virará fonte de lucro, aos desfavorecidos não chegará o acesso e os serviços piorarão. Isso tudo no meio de uma pandemia. Esse leilão criminoso está marcado para acontecer mesmo depois dos trabalhadores realizarem forte ato ontem, pressionando os deputados a votarem pelo adiamento do leilão. Claudio Castro atropelou e manteve o leilão para hoje, mesmo com decisão do TRT na noite que dizia ser legitima a votação na Alerj.

Toda essa disputa judicial e entre os de cima não deve gerar confiança nessa via institucional, ainda mais por que os deputados querem apenas subordinar a votação da CEDAE ao Regime de Recuperação Fiscal, que condiciona a venda da empresa a retirada de direitos. A categoria demonstrou disposição de batalhar na rua contra a privatização e só a mobilização pode barrar esse processo.

Notas:
(1) - Smiderle, Capodeferro, Tardin, FGV, 2018, https://ceri.fgv.br/sites/default/files/2020-03/conjunturaeconomica_crise_na_cedae.pdf




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