O Prêmio "Brasileiros do Ano", realizado anualmente pela revista Istoé em diversas categorias, nesse ano resolveu prestigiar o desprestigiado presidente Michel Temer, o prefeito "gestor" tucano João Doria e o "herói dos coxinhas", o juiz Sergio Moro, entre outras personalidades.
terça-feira 6 de dezembro de 2016 | Edição do dia
Parece piada pronta, mas a premiação mais "coxinha" do ano já está consolidada. Na categoria "política", a Istoé considerou o brasileiro do ano o empresário João Doria Jr., eleito prefeito de São Paulo no primeiro turno pelo PSDB afirmando - ironicamente - não ser um político, mas sim um gestor.
Na categoria Política, João Doria é vencedor do Prêmio #BrasileirosDoAno2016
— Revista ISTOÉ (@RevistaISTOE) 7 de dezembro de 2016
Já na categoria "justiça", o testa-de-ferro do judiciário no golpe, defensor de escutas ilegais e conduções coercitivas a seu bel prazer, além de um opositor veemente contra a retirada dos privilégios do judiciário, o muitíssimo bem treinado nos EUA Juiz Sergio Moro, o grande "herói" da marcha do dia 4:
Juiz Sergio Moro recebe agora o Prêmio #BrasileirosDoAno2016 na categoria Justiça
— Revista ISTOÉ (@RevistaISTOE) 7 de dezembro de 2016
Moro, na cerimônia, afirmou “Não sei se vamos acabar com a corrupção, mas o importante é acabar com a corrupção como a regra do jogo”. Ele ainda encontrou tempo para confraternizar com os amigos, como vemos abaixo:
E o grande vencedor da noite, o mais especial brasileiro do ano, de acordo com a revista Istoé não é ninguém menos que Michel Temer, o homem da PEC 55 e que quer fazer os brasileiros trabalharem 49 anos para poder ter uma aposentadoria:
E o vencedor do Prêmio desta noite é Michel Temer, o grande #BrasileiroDoAno2016
— Revista ISTOÉ (@RevistaISTOE) 7 de dezembro de 2016
O luxuoso evento ocorreu no Citibank Hall, em São Paulo, e foi aberto pelo presidente da Editora Três, Caco Alzugaray, que comemorou os 40 anos da Istoé: “Esse me parece ser o mais importante Brasileiros do Ano de todos os tempos. Primeiro que nesta edição, a revista símbolo da Editora Três, comemora 40 anos. E com um time dos melhores jornalistas do País, seguimos dando nosso máximo no sentido de contribuir para que esse País seja um lugar mais justo e feliz de se viver.”
Um lugar mais lucrativo para os empresários, sem dúvida. Para os que amargarão os efeitos das reformas de Temer e sua PEC 55, certamente nem tão justo. Ele ainda homenageou o "heróico" Sergio Moro:
“Outro grande motivo que me faz crer que esta é a mais importante edição é que estamos vivendo um dos momentos mais importantes da história desse País. Enquanto vivemos a maior crise econômica, estamos vivendo também as dores do parto de uma nova nação. Processo esse que sabemos que está sendo liderado por um dos Brasileiros do Ano, presente neste evento, o juiz Sergio Moro”.
O próprio presidente Temer não deixou de comparecer ao evento e fazer uso da palavra: Este prêmio é um incentivo para mim e para o nosso governo num momento de grandes dificuldades para o País”, afirmou. “Nós temos que aproveitar a crise, que, no geral, é mobilizadora dos governos e das pessoas. O Brasil tem potencialidades extraordinárias e tem um povo extraordinário. Embora tenhamos apanhado um País em crise, um País em recessão – vamos sair dela”, disse Temer. “Vamos alcançar o crescimento e o pleno emprego. O prêmio serve de mobilizador e motivador para que nós salvemos o País”.
No site da revista, a descrição deslumbrada da Istoé falando de seu herói Sergio Moro:
"Seu trabalho tem lhe rendido o título de ‘herói brasileiro’, que ele rejeita, mas que beira à celebridade, sendo aplaudido aonde vai, seja no mercado, no restaurante ou no cinema.
Apesar dos apelos da população, o juiz não pretende entrar na carreira política, e, por enquanto, o foco está na Lava Jato, que, com quase três anos, ainda deve se estender por um tempo, principalmente após a esperada delação dos executivos da Odebrecht."
Por espetáculos como esse que seguimos defendendo a cada dia a construção de uma imprensa independente dos trabalhadores, para poder olhar o mundo com nossos próprios olhos, em que vemos o que Moro, Temer e Doria representam para nossos interesses. Os grandes patrões da Istoé continurão seu caso de amor com os políticos e juízes que defendem seus lucros.
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