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Prefeito de Caxias do Sul, apoiador de Bolsonaro, proíbe parada LGBT em praça pública

O reacionário Daniel Guerra (PRB), prefeito de Caxias do Sul, apoiador de Bolsonaro, impediu que a XVIII Parada Livre aconteça na praça central da cidade.

sexta-feira 23 de novembro de 2018 | Edição do dia

Seria a oitava edição da Parada Livre de Caxias do Sul, que ocorre (já tradicionalmente) na Praça Dante Alighieri, mas o prefeito conservador Daniel Guerra barrou a sua realização no local e também vetou que acontecesse na Praça das Feiras e na Rua Plácido de Castro. Um gesto escancarado de censura que expressa o reacionarismo do prefeito que declarou apoio ao lgbtfóbico Bolsonaro já no primeiro turno.

Em conjunto a censura à comunidade LGBT, Guerra não só deixou o caminho livre para que a Marcha para Jesus acontecesse, como também participou ativamente dela. Seu partido, PRB, é explicitamente ligado à Igreja Universal e não recua em mostrar que não existe imparcialidade no seu governo e que atua especificamente para a parcela conservadora da população caxiense.

Caxias é uma cidade historicamente conservadora e reacionária; aqui Bolsonaro atingiu aproximadamente 74% dos votos. Podendo ser considerada como um berço do tradicionalismo gaúcho, é uma cidade que abafa os casos de violência e tenta suprimir os índices de suicídio dos jovens LGBTs. Guerra governa de maneira a manter essa suposta “ordem social”, na defesa dos valores da família tradicional e do esforço do trabalho.

É o mesmo prefeito que autorizou a Guarda Municipal à avançar agressivamente contra os imigrantes senegaleses e haitianos que trabalham como vendedores ambulantes; e que vetou a visitação da exposição do artista Rafael Dambrós na Câmara de Vereadores.

A censura a Parada Livre é um ataque violento e direto à toda uma comunidade que, literalmente, luta diariamente pela sobrevivência em uma das regiões mais opressoras e conservadoras do país. É afrontosa e revoltante a participação de Guerra na Marcha para Jesus. E mais do que necessário, se expressa inevitável a auto-organização dos LGBTs para que tomem a luta nas próprias mãos e para que além de resistir, lutem contra a extrema direita que se legitima agora com a vitória do Bolsonaro.

Por via de uma arrecadação voluntária, a organização da Parada Livre alugou um estacionamento privado para a garantir a sua realização. O que é outro fator revoltante; a comunidade LGBT deve tomar os espaços públicos e impor por via da luta a sua presença onde desejar estar.




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