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57º CONUNE | Por uma plenária unificada da oposição na UNE

Chamamos as forças de oposição à direção majoritária da UNE a organizar uma plenária unificada neste Congresso da UNE para discutir como forjar um pólo nacional anti-burocrático e pró-trabalhadores que seja uma alternativa de organização para a juventude que se levantou massivamente contra o governo Bolsonaro no 15 e 30 de maio.

Faísca Revolucionária@faiscarevolucionaria

quinta-feira 11 de julho de 2019 | Edição do dia

A aprovação da reforma da previdência no Congresso por 379 votos foi uma demonstração de forças da casta política contra a juventude e a maioria trabalhadora do país. A tática da obstrução da votação na Câmara, encarada como um fim em si mesma pelo conjunto da oposição, inclusive pelos parlamentares do PSOL, mostrou sua impotência. Os governadores do PT e PCdoB apoiaram nos bastidores a reforma da previdência, engajados que estão em ajustes antipopulares nos seus próprios estados. Enquanto isso no Conune a UJS não teve vergonha de colocar na mesa de abertura um representante do MBL pelo DCE da UNB e o secretário de juventude do DF, do PDT, partido que colaborou com 8 votos a favor da reforma da previdência. Frente a essa situação e para evitar que a força da juventude demonstrada nos 15M e no 30M se perca, é urgente a conformação de um pólo nacional, anti-burocratico e pró-trabalhadores para oferecer uma alternativa de organização para a juventude. É esse chamado que fazemos a todas as forças de oposição à direção majoritária da UNE.

O governo Bolsonaro declarou guerra à juventude com os cortes e com a reforma da previdência, e seu projeto de governo evidencia que seu principal objetivo é aumentar a exploração e miséria da juventude, atacando o direito à educação e fazendo com que trabalhemos até morrer. Eleito por meio de um processo eleitoral manipulado e contando com a prisão arbitrária de Lula, Bolsonaro leva a cabo, mesmo sem ter sido a “primeira opção” da burguesia, o projeto de golpe institucional iniciado em 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff, que carregava um objetivo central: aprovar ataques ainda mais duros e rápidos do que os governos petistas eram capazes, para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre.

É neste cenário que se faz de extrema importância questionarmos qual o verdadeiro papel que a UNE deveria cumprir. Atualmente, a UNE é dirigida PT e o PCdoB, que já demonstraram sua política traidora diversas vezes durante quase duas décadas comandando a entidade. É diante de todos estes ataques em curso, que avançam a passos largos que se evidencia ainda mais a política de “oposição responsável” feita pelo PCdoB e pelo PT, dividindo a atuação parlamentar e nas ruas, e apostando em “vias institucionais”, como parlamento e judiciário, para dar uma resposta ao que está colocado. O verdadeiro motivo pelo qual, tanto a burocracia estudantil quanto a burocracia sindical atuam desta forma é por que estão empenhados em ajustes dos estados que governam e por isso que temem que possam perder o controle dos estudantes e dos trabalhadores se estes se mobilizam. Assim, é em base à tal atuação que a direção da UNE freia brutalmente a força dos estudantes, aplicando estratégias que dividem até mesmo os ataques de Bolsonaro, para evitar que a aliança operário-estudantil se concretize.

Tanto a burocracia estudantil, quanto a burocracia sindical, atuam para separar os ataques políticos-ideológicos dos ataques econômicos, como por exemplo, ignorando as conexões entre o projeto do golpe iniciado em 2016 e o aprofundamento das condições de miséria com medidas neoliberais; bem como atuam conscientemente em uma estratégia que separa os trabalhadores dos estudantes, sendo que esta aliança já se provou historicamente fundamental, como no maio de 68 e nos regimes ditatoriais no Brasil e na América Latina.

Qual a principal batalha da oposição de esquerda da UNE?

Além disso, a oposição de esquerda precisa combater duramente a adaptação aos métodos impostos pela burocracia, como não unificar as lutas estrategicamente, não mobilizar os estudantes desde a base e transformando o congresso como parte da agenda de traição, ao não colocar no centro dos debates a mobilização rumo ao Congresso Nacional que está votando nesta quinta as emendas ao relatório base aprovado na quarta dia 10. Todos os delegados eleitos e cargos conquistados pela oposição podem ser fundamentais se servirem como instrumento de combate, denúncia e mobilização dos estudantes desde a base nas universidades e como uma força para denunciam ofensivamente as traições em curso via movimento estudantil e sindical, o que nem sempre acontece. Para avançar nesse sentido que propomos uma plenária unificada de toda a oposição.

Assim, fazemos um chamado à oposição de esquerda da UNE é fundamental e deve ser explorada nesta perspectiva: fomentar um polo antiburocrático, se propondo a enfrentar o cerco da burocracia e mobilizar os estudantes desde a base, ao lado dos trabalhadores, para que seja possível responder os ataques à altura. Para que seja possível que a juventude mostre toda sua força, como demonstrou historicamente na luta contra a Ditadura Militar, sendo linha de frente no enfrentamento com o regime, é imprescindível que as manobras e políticas divisionistas da burocracia da UNE sejam combatidas.




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