quinta-feira 3 de março de 2016 | 00:00
Primeiramente é necessário saber o que é o PL 555. Se trata de um projeto de lei que já está em trâmite no Senado, podendo ser aprovado nos próximos dias, que sob o pretexto da “transparência” na condução das estatais, o projeto traz em suas normas gerais a determinação de que “empresa pública e sociedade de economia mista serão constituídas sob a forma de sociedade anônima”, ou seja, permite abrir os capitais das empresas 100% estatais (ou seja abrir as portas da privatização).
Nos correios os efeitos do avanço das medidas privatistas são responsáveis pela precarização do trabalho na ECT e é sentida por toda a categoria: acúmulo de função de caixa e bancário para os atendentes, absurda sobrecarga de trabalho pela não abertura de concurso e, consequentemente, falta de mão de obra, avanço da terceirização e sucateamento pela terceirização do plano de saúde. Consequência disso é o péssimo atendimento à população. Com a PL 555 o quadro se agravará pois os interesses da empresa ficarão submetidos ao do lucro dos acionistas majoritários e não aos da população e muito menos aos dos ecetistas.
Muitos dizem que a privatização é a única solução para resolver a corrupção na empresa e a má gestão de seus administradores, porém, apesar da corrupção e a má gestão serem fatos inegáveis na empresa, a privatização não é garantia nenhuma de resolução desses problemas. Na maioria dos casos o que prevalece é o contrário como no crime ambiental da Samarco-Vale. A única garantia da privatização é o ataque aos trabalhadores. Para resolver é necessário que a empresa se permaneça estatal e seja controlada pelos trabalhadores e a população.
Para Natalia Mantovan, atendente e delegada sindial de campinas: “Sem dúvida a aprovação do PL 555 significará um enorme ataque aos ecetistas. É necessário um combate a ele. Apesar desse PL ser do PSDB, não podemos confiar no discurso nem na Articulação PT (CUT) que dirige importantes sindicatos como Distrito Federal e está na direção da Fentect, nem na direção dos sindicatos da FINDECT (CTB/PCdoB), pois nunca travaram uma luta séria contra as medidas privatistas porque são atrelados ao governo Dilma-PT, o mesmo que vem implementando tais medidas e que junto a Serra, acabam de comenter um crime aos trabalhadores brasileiros ao realizar a entrega do pré-sal. A Intersindical e a Conlutas tem que organizar, não só mas também, os ecetistas desde as bases para lutar (não só no discurso com tem feito ultimamente) contra mais esse ataque.”
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