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8M - BRASIL | Por que defendemos um plano de emergência para combater a violência às mulheres?

Urgente é pouco para descrever a necessidade de combater a violência que as mulheres sofrem todos os dias. A aliança inseparável e bem sucedida entre o patriarcado e o capitalismo submete as mulheres a uma longa cadeia de violência que tem seu ponto mais violento no feminicídio. O que defendemos no movimento de mulheres, estudantil e operário como plano com um conjunto de ações que precisam ser exigidas como parte de um combate ao capitalismo e em defesa da vida das mulheres?

Marie CastañedaEstudante de Ciências Sociais na UFRN

sábado 24 de fevereiro de 2018 | Edição do dia

O Patriarcado e o Capitalismo vivem uma coexistência que nutre ambos e os fortalece entre si, desenham para as mulheres trabalhadoras a perfeita junção de opressão e exploração que serve para explorar mais as mulheres, dividir a classe operária e assim poder rebaixar as condições de vida da classe trabalhadora de conjunto.

Assim, as mulheres sofrem uma longa cadeia de opressão e violência que tem sua expressão mais cruel no feminicídio, mulheres que são assassinadas simplesmente por serem mulheres, por conta de ciúmes e posse, por moralismo. Hoje vivemos rodeadas de demagogia da mídia burguesa e de grandes corporações em relação às questões da mulher, para ampliar seus lucros e supostamente se apresentar e como alternativa para mulheres tentando cooptar a luta das mulheres para pautas institucionais e por dentro do capitalismo.

Por isso, é preciso reconhecer que o Estado e suas instituições são responsáveis pela morte de centenas de mulheres por abortos clandestinos, que suas forças repressivas, funcionários políticos e judiciais são envolvidos com redes de prostituição, assédio sexual envolvendo crianças e adolescentes, que o Estado também é responsável pelas enfermidades, acidentes e mortes que provocam o trabalho precário, situação a que se encontram mais de 40% das mulheres trabalhadoras do Brasil,

Nós, militantes do grupo de mulheres Pão e Rosas, achamos fundamental expressar a brutal realidade de violência das mulheres e apresentar um plano de emergência que achamos que deveria ser defendido por todas as figuras e parlamentares da esquerda.

A perspectiva do governo golpista de Michel Temer com as mulheres não é nada surpreendente, afinal uma de suas primeiras medidas foi extinguir a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNMP) que tinha função de ministério. Colocar um estuprador confesso no Ministério da Educação e com a Reforma Trabalhista retirou qualquer segurança de mulheres gestantes permitindo que trabalhem em locais com insalubridade. Evidenciando todo o cinismo parlamentar que proíbe o aborto, mas permite que gestantes corram risco de terem abortos espontâneos por trabalhar em locais insalubres.

Isso sem mencionar quem foram e são seus aliados, Cunha que afirmou que o aborto só seria legalizado por cima do seu próprio cadáver (aparentemente as 4 mulheres que morrem todos os dias em hospitais pelo aborto clandestino e todas aquelas sobre as quais não existem dados não são suficientes). O PT tampouco colocava o combate à violência às mulheres como prioridade em seus governos, basta resgatar como se aliou aos setores mais reacionários para garantir sua “governabilidade”. De 2004 a 2011, o governo Dilma repassou apenas R$ 200 milhões em programas de combate à violência contra mulheres. Esse valor representou um gasto médio anual de apenas R$ 4.637,00 por município, o que significou R$ 0,26 por mulher no Brasil. E só em 2012, com os pagamentos de serviços da dívida pública foi de R$ 465 bilhões, ou seja, mais de 2.300 vezes o orçamento do Programa de Prevenção e Enfrentamento da Violência contra as Mulheres nos oito anos anteriores.

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De acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ocorreram 135 estupros e 12 feminicídios por dia em 2016, um dado aterrorizante que coloca o Brasil em 5º no assassinato de mulheres e se combina com outros, como o fato das mulheres negras receberem um salário 60% menor que homens brancos cumprindo as mesmas funções. Ou seja, a situação das mulheres é sim urgente. Tão urgente que é necessário um Plano de Emergência que faça com que o Estado garanta condições imediatas para combater a violência contra as mulheres que se dá nos mais variados aspectos. Usando esse plano como parte de combater o capitalismo e toda a miséria que ele nos impõe.

Por isso, é necessário arrancar este Plano de Emergência com a força da luta das mulheres e dos trabalhadores, assim transformar as demandas das mulheres em demandas da classe trabalhadora de conjunto e construir a Greve Internacional de Mulheres em cada local de trabalho e estudo, para que cada um possa ser sujeito desta luta contra a direita machista e golpista e também contra as Reformas já aprovadas que querem fazer as mulheres e os trabalhadores pagarem a conta da crise criada pelos capitalistas.

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Esse plano envolve políticas que devem ser garantidas pelo Estado, como auxilio financeiro, casas abrigo e um plano de moradia às milhares de famílias sem teto. Todo apoio a vitimas de violência, com equipes especializadas, dispensa do trabalho e estudo. O plano tem medidas que combatem a precarização do trabalho e da vida, exigindo a revogação da reforma trabalhista e o fim da terceirização do trabalho com a incorporação de todos os terceirizados ao quadro efetivo de funcionários, lutando pela igualdade de direito e salário entre todos os trabalhadores, homens e mulheres.

A sexualidade da mulher precisa ser livre e direito de cada uma, por isso exigimos a legalização do aborto, e educação sexual nas escolas, assim como todo o auxilio médico necessário realizado pelo SUS.

Aqui são algumas idéias, para construirmos um plano que coloque o combate a violência em primeiro plano. VEJA O PLANO COMPLE AQUI.




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