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UNIFICAÇÃO | Por que a EACH/USP Leste deve entrar em greve?

Até o dia em que ocorreu a reunião do CRUESP (Conselhos de Reitores das Universidades Estaduais), poucos setores na EACH estavam em greve, entre eles a SAS, a Biblioteca, a Pós-graduação e a Cultura e Extensão.

quarta-feira 18 de maio de 2016 | Edição do dia

Fonte: Jornal do Campus

Depois dessa reunião em que os reitores propuseram 3% de reajuste salarial, o que significa um arrocho frente à inflação de 10% ao ano, é possível que a greve se amplie entre os funcionários. Em uma assembleia geral na Adusp realizada ontem foi votado indicativo de greve, indicando a possibilidade de os professores da USP também entrarem em greve. Vários cursos da USP já estão em greve, como o exemplo da Letras que também ocupou o prédio por mais contratação de professores, contra os cortes na educação, etc.

Os cortes na educação faz tempo já começaram a afetar a qualidade de ensino na USP, os problemas que enfrentamos são diversos, incluem cortes na permanência, tentativa de privatizar o HU, ausência de professores na Escola de Aplicação, entre outros. Mesmo com tudo isso, o Reitor Marco Antonio Zago e seu Vice Vahan Agopyan não estavam presentes na reunião do Cruesp com o Fórum das Seis e enviaram um representante despreparado para a reunião. A ausência do reitor mostra como ele é negligente com os assuntos da universidade e sua falta de interesse em discutir pautas essenciais como cotas e permanência. Estas demandas, assim como outras que envolvem o desmonte da universidade não foram pautadas na reunião.

Essa semana na EACH foi reservada para os cursos fazerem assembleias. Os cursos de Obstetrícia, Lazer e Turismo, e Gestão de Políticas Públicas votaram indicativo de greve. Na quinta-feira Têxtil e Moda fará uma reunião para discutir os problemas da universidade e após isso fará uma consulta on-line sobre a adesão dos estudantes à greve. Os cursos levarão suas posições para a assembleia de estudantes da EACH que será na segunda-feira 23 de maio às 13h e às 17h30h, onde será votada a posição dos estudantes da EACH sobre a greve.

Todo ano ocorrem cortes na permanência estudantil e isso afeta diretamente os estudantes da EACH que se mobilizam todo ano contra os cortes. A EACH é um dos campi mais precarizados da USP, lá não tem moradia estudantil e entram mais estudantes negros e de escolas públicas se comparado ao Butantã, ou seja, a demanda por permanência estudantil é grande na EACH. Lá também não tem creche, e agora com a ameaça do Reitor de fechar a creche do campus Butantã quando é que a EACH vai ter uma creche? Ou então com a ameaça de desvinculação do HU, quando será construído na EACH o Hospital do Idoso como consta no projeto de fundação do campus? Fora isso, a quantidade de funcionários para atender mais de 5mil estudantes diminui a cada ano, bem como o número de professores. Desde que Zago entrou na reitoria a contratação de funcionários e professores está congelada, muitos cursos pegam professores “emprestado” de outros cursos, aumenta também o número de professores temporários que recebem um salário muito abaixo da média. A situação das terceirizadas e terceirizados também é lamentável, esses trabalhadores ficam extremamente sobrecarregados adquirindo graves problemas de saúde, principalmente no setor da limpeza, isto acontece porque a EACH não aumenta o valor do contrato para a empresa terceirizada fazendo com que a empresa que presta o serviço reduza a quantidade de trabalhadores para manter o lucro.

O que está acontecendo na USP representa um retrocesso gigantesco nos avanços da universidade. Não só na USP, mas na Unicamp e Unesp também. Os cortes de orçamento afetam diretamente a qualidade de ensino e as condições de trabalho de funcionários e professores. As universidades estão se mobilizando, na Unicamp os estudantes ocuparam a reitoria e diversos cursos estão em greve, na UNESP são vários os campi paralisados e em greve. É necessário unificar as lutas nas universidades estaduais paulistas ao lado dos estudantes secundaristas para conseguir barrar os retrocessos dos direitos conquistados pelos estudantes, funcionários e professores e também para barrar os cortes na educação. Ao unificar a mobilização é possível tornar o movimento mais forte e assim não apenas barrar os ataques mas avançar por mais.

Por isso é imprescindível que os estudantes da EACH sejam protagonistas da luta contra o desmonte da USP, somando-se à greve que já decola no Butantã. Com a força da mobilização de toda a USP, poderemos nos ligar com a energia dos secundaristas e com as outras universidades em luta, para barrar os ataques à educação pública que veem do governo estadual, mas também do governo federal golpista e ilegítimo, que tenta controlar a resposta da juventude através da repressão.

Portanto, o DCE, que é nossa entidade representativa, deve ser uma ferramenta a serviço da construção da greve, disponibilizando um ônibus para os estudantes da EACH comparecerem à assembleia geral no Butantã. Devemos também combater o corporativismo, e nos colocar ao lado dos demais setores em luta com o mote de barrar os cortes na educação, articulando nossa mobilização através de um comando de greve estadual com delegados eleitos entre os secundaristas e todas as universidades em luta no estado.




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